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Mais de 500 mordomas desfilam em Viana com todos nos trajes de festa

Mais de meio milhar de mordomas vão exibir, na sexta-feira, a partir das 10:00, no desfile da mordomia, todos os trajes de festa de Viana do Castelo, num dos números emblemáticos números das festas da Agonia.

“O desfile da mordomia integra todos os trajes de festa de Viana do Castelo e as diferentes ‘nuances’ do Traje à Vianesa, certificado desde final de 2016”, afirmou hoje à Lusa, a vereadora da Cultura da Câmara de Viana do Castelo, Maria José Guerreiro.

Em nota enviada esta quarta-feira à imprensa, a VianaFestas, entidade que organiza da Romaria da Agonia, que decorre entre os dias 17 e 20, adiantou ter recebido 510 inscrições.

“Pelo segundo ano consecutivo, o número de inscrições superou as nossas expectativas o que revela a importância que o Desfile da Mordomia assume nos diferentes quadros da Romaria d’Agonia. O maior número de inscrições é de jovens e mulheres das nossas freguesias mas também recebemos inscrições de várias cidades do país e do mundo. Esta é uma festa que, há muito, ultrapassou as fronteiras nacionais”, sustentou.

O desfile da mordomia é o momento em que os diferentes trajes das freguesias de Viana se encontram e mostram, de uma só vez à cidade.

Trata-se de uma tradição cada vez mais enraizada entre as jovens e mulheres de Viana do Castelo e que junta várias gerações, neste quadro único das festas.

Diana Faria, de 24 anos, natural de Alvarães recebeu o testemunho da mãe, que durante mais de 24 anos participou naquele quadro da romaria.

“Desde pequena que estou envolvida nestas tradições e no folclore. A minha mãe sempre me preparou para passar a ser eu a desfilar e, agora, acompanha-me de perto”, disse a jovem mordoma.

Dançarina no grupo folclórico da freguesia, há uma década que Diana começou a participar no desfile da mordomia, sempre “com muito chieira”( expressão utilizada localmente para exprimir orgulho).

“Sinto-me uma princesa mordoma. Somos muitas e todas bonitas. É um orgulho imenso e indescritível só quem sente quem desfila”, frisou.

Este ano, o desfile vai contar com a participação da vereadora da Educação, Solidariedade Social e Habitação da Câmara de Pomponne, Nathalie Pereira Fordelone, com raízes em Viana do Castelo.

O desfile da mordomia é a forma dos organizadores apresentarem cumprimentos às várias autoridades, Estado, autárquicas e eclesiásticas presentes na cidade.

Estima-se em cerca de 14 milhões de euros, o valor das centenas de quilos de peças de ouro usadas pelas mordomas naquele desfile.

Desde há três anos, também as mulheres da ribeira de Viana do Castelo, com os seus trajes de varina, participam neste desfile.

O desfile da mordomia vai colorir a cidade com os vermelhos, verdes e amarelos dos típicos e garridos trajes das diferentes freguesias.

Não faltam também os fatos de noiva mais sóbrios, de cor preta. Neste número algumas das mulheres chegam a carregar, dezenas de quilos de ouro, reunindo as peças de famílias e amigos num único peito, simbolizando a “chieira” (termo minhoto que significa orgulho) e outrora o poder financeiro das famílias.

A certificação do traje à Vianesa, com origem no século XIX, foi publicada em Diário da República no final de 2016.

O processo foi adjudicado pela câmara municipal em maio de 2013 à Associação “Portugal à Mão”. O pedido de registo foi formalizado pela Câmara de Viana do Castelo em junho de 2015. Na ocasião, o executivo justificou a decisão de certificar o traje com a necessidade de evitar a “confusão” e a “apropriação” do mesmo por outras regiões.

O traje assume-se como um símbolo tradicional da região, nas suas várias formas, consoante a ocasião e o estatuto da mulher. Em linho e com várias cores características, onde sobressai o vermelho e o preto, foi utilizado até há cerca de 120 anos pelas raparigas das aldeias em redor da cidade de Viana do Castelo.

As características deste traje, como o seu colorido e a profusão de elementos decorativos, permitem identificar facilmente a região de origem, no concelho, motivo pelo qual se transformou, segundo os especialistas, “num símbolo da identidade local”.

 

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