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AICEP: comunidades portuguesas são mercado incontornável

“Mercado incontornável” para a economia portuguesa, França tem vindo a conquistar uma posição “cada vez mais forte”, sendo já o nosso segundo mercado de exportação. E a diáspora tem um “papel fundamental” na sustentabilidade desta relação económica e no estabelecimento de redes de contacto, defendeu Rui Almas, diretor da AICEP em França, na tertúlia promovida pelo Jornal de Leiria em Paris.

No evento, realizado no Consulado Geral de Portugal em Paris, e com o qual se pretendeu assinalar a publicação da segunda edição da revista Comunidades Portuguesas Paris, este responsável lembrou que as exportações portuguesas para França representam já cerca de 13% do total e que o saldo comercial nos é favorável, ou seja, vendemos mais do que compramos a este país.

“Vendemos de quase tudo e o mercado francês é um dos primeiros para o nosso mobiliário, calçado, têxteis, alimentar, materiais de construção”, apontou Rui Almas. Também ao nível do número de empresas portuguesas que exportam para França tem havido “crescimentos interessantes”.

Eram quatro mil em 2012, no ano passado já chegavam às 5800. “Em Portugal, às vezes pensa-se que em mercados maduros, competitivos e concorrenciais, como França, o número de exportadoras não aumenta desta maneira, em neste caso isso tem acontecido”.

Rui Almas referiu ainda a questão do investimento, área em que, a par da Espanha e da Alemanha, a França assume uma “posição forte”. Os dados disponíveis mostram que há cerca de 750 empresas francesas instaladas no nosso País, “algumas delas ligadas à diáspora”.

Voltando a França, existem neste país entre 45 mil e 50 mil empresas detidas por portuguesas ou lusodescendentes, de vários sectores e de várias tipologias. Uma “realidade complexa”, que levou Rui Almas a defender que o desafio é, em primeiro lugar, “conhecer melhor a diáspora e as empresas da diáspora”.

Depois de se conhecerem melhor as estratégias destas empresas e a sua posição nas regiões onde estão instaladas, “podemos mais facilmente colocar estas empresas em contacto com empresas portuguesas, estabelecer redes e relações, e até colocar em contacto empresários da diáspora de diferentes regiões de França”.

As empresas detidas por portugueses e lusodescendentes existentes em França representam 3% do Produto Interno Bruto, referiu o presidente da Câmara de Comércio e Indústria Franco-Portuguesa (CCIFP), que lembrou a dificuldade que é perceber a natureza do investimento oriundo de França que se estabelece no nosso País. “Às vezes, quando se diz que um francês fez isto ou aquilo, esse francês é um Pereira, um Oliveira ou outro nome de origem portuguesa”.

Carlos Vinhas lembrou que há cada vez mais empresários portugueses instalados em França a investir no seu país, para produzir em Portugal o que vendem em França e noutros mercados, o que permite criar empregos nos dois países. Lamentou, contudo, que nem sempre haja o reconhecimento dos que estão fora de Portugal.

António Albuquerque Moniz, cônsul-geral de Portugal em França, lembrou que quando chegou a este posto constatou a boa organização dos portugueses, nomeadamente dos empresários, muito devido à ação de entidades como a CCIFP e de outras organizações cujas iniciativas “tiveram um papel muito importante nessa união”. Referiu que as várias instituições ligadas a Portugal, como o Consulado, a AICEP, a Embaixada e a Coordenação do Ensino do Português, entre outras, “funcionam bem”.

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