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Braga tenta aproveitar Brexit para atrair empresas tecnológicas

© Pixabay

O município de Braga vai tentar aproveitar a incerteza criada pelo Brexit para tentar convencer empresas tecnológicas a investir na cidade, estando alguns responsáveis do concelho em Londres esta semana para contactar com empresários do setor.

O presidente da Câmara Municipal de Braga, Ricardo Rio, e o presidente da Invest Braga – Agência para a Dinamização Económica em Braga, Carlos Oliveira, fazem parte da comitiva que vai reunir-se esta terça-feira com 15 empresas do setor das tecnologias de informação, num evento organizado pelo grupo editorial Financial Times (FT).

Carlos Oliveira reconheceu que este momento político pode ser favorável à capital do Minho para atrair não só empresas britânicas, mas empresas estrangeiras a operar no Reino Unido. “Sabemos que muitas empresas procuram oportunidades para colocar os seus centros de engenharia, os seus centros de excelência. Queremos mostrar a alguns destes empresários e investidores que Braga já o fez com empresas alemãs, francesas e de outras nacionalidades”, disse à agência Lusa.

Ricardo Rio admitiu que ainda existe desconhecimento e alguma falta de confiança no Reino Unido em relação a Portugal, mas considerou que começam a ser reconhecidas condições favoráveis para serem desenvolvidos negócios. “É até com alguma surpresa que esses investidores acabam por constatar não só as condições que são disponibilizadas em termos de acolhimento desses projetos, mas a qualidade dos recursos humanos que temos e as condições de qualidade de vida que o país oferece”, referiu.

Os responsáveis dão como exemplo a Bosch e a Delphi, cuja presença na cidade tem vindo a crescer, e também a portuguesa Farfetch, que tem sede em Londres, mas mantém o ‘back-office’ em Portugal.

Para Carlos Oliveira, Londres é “um local onde a mão-de-obra qualificada é escassa, o custo de vida elevadíssimo e a concorrência é elevada”, pelo que pode ser ideal para ajudar as ‘startups’ britânicas a crescerem. “Queremos convidar ‘startups’ com alguma dimensão e investimento que precisam de aumentar a escala e centros de engenharia a poderem ter um centro muito próximo, a duas horas e pouco de avião, com uma qualidade senão igual, superior à que aqui se encontra”, vincou.

Além da qualidade de vida e custo de vida baixo, as ligações à Universidade do Minho, ao Instituto Ibérico Internacional de Nanotecnologia e ao hospital da região potenciam outras áreas inovadoras para além das tecnologias de informação, como a engenharia biológica ou as ciências da saúde.

Ricardo Rio indicou que foi fechado recentemente com uma empresa francesa um negócio importante, que está em final de instalação e cujo nome só será anunciado em março. O responsável manteve também anónima a multinacional da área da consultoria que está igualmente em fase final de instalação em Braga, referindo, por outro lado, a expansão do centro de competências da Fujitsu.

O autarca disse que estão a ser investidos desde 2016, e até 2020, 359 milhões de euros, que apresentam um potencial de criação de 2.500 postos de trabalho. Desde 2013, o número de desempregados no município foi reduzido em um terço, o equivalente a 5.000 postos de trabalho, e o volume de exportações aumentou 20%.

Rio está confiante de que, graças ao impulso dado pela Bosch e pela Delphi, as exportações do concelho de Braga deverão ter ultrapassado em 2016, pela primeira vez, os mil milhões de euros.

Além do evento promovido pelo FT, os responsáveis de Braga participaram na segunda-feira num jantar organizado pela AICEP – Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal na Embaixada de Portugal em Londres, com profissionais portugueses de empresas tecnológicas sediadas em Londres.

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