De que está à procura ?

Portugal

CaixaBank compra 300 milhões de dívida do BPI

O BPI emitiu no primeiro trimestre deste ano 300 milhões de euros de dívida subordinada que foi integralmente comprada pelo grupo espanhol CaixaBank, seu maior acionista, informou o banco.

Nas contas referentes ao primeiro trimestre do ano, hoje divulgadas, o BPI dá conta de que, no final de março, cumpria “todos os novos rácios [de solvabilidade] mínimos de capital” exigidos pelo SREP, o sistema de supervisão bancária do Banco Central Europeu, e que conseguiu isso com uma emissão de dívida subscrita pelo Caixabank.

“Para o cumprimento do rácio de capital total de 12.0% (mínimo SREP de 11.75% + ?buffer’ [almofada] de 0.25%), foi determinante a emissão de 300 milhões de euros de dívida subordinada Tier II, realizada no trimestre”, acrescentou o BPI.

O banco indicou ainda que essa operação tem uma taxa de remuneração equivalente à taxa Euribor acrescida de 5,74%.

A necessidade de fazer esta emissão de dívida subordinada já tinha sido anunciada pelo BPI este ano, assim como a intenção de ser o CaixaBank a subscrever, pelo que a informação de hoje comprova a concretização da operação.

O BPI divulgou hoje os resultados do primeiro trimestre do ano, tendo tido nesse período prejuízos de 122,3 milhões de euros, o que compara com lucros de 45,8 milhões de euros do mesmo trimestre de 2016.

Em comunicado, o grupo explicou que o resultado foi afetado pela venda em janeiro de 2,0% do capital do Banco de Fomento de Angola (BFA) à operadora Unitel (operação pela qual o BPI passou de acionista maioritário do BFA a minoritário), o que teve um “impacto negativo de 212,3 milhões de euros” e obrigou à “desconsolidação dessa entidade, que passa a ser reconhecida nas contas do Grupo BPI pelo método de equivalência patrimonial”.

Já excluindo o impacto da venda parcial do banco angolano, as contas trimestrais do BPI são positivas, apresentando, então, um lucro consolidado de 90 milhões de euros.

O grupo conseguiu lucros de 43,8 milhões de euros na atividade em Portugal (cinco vezes mais do que os 7,9 milhões do mesmo período de 2016) e 46,2 milhões na atividade internacional (que compara com 37,9 milhões de período homólogo).

O BPI realizou também hoje a sua assembleia-geral no Porto, a primeira com o banco sob controlo do grupo espanhol CaixaBank e que serviu para aprovar o novo Conselho de Administração que liderará os destinos da instituição no novo ciclo.

Os acionistas do BPI elegeram com 99,77% de votos a favor o espanhol Pablo Forero como presidente executivo, que sucederá a Fernando Ulrich, que passará a presidente não executivo (‘chairman’), um lugar mais de aconselhamento e menos executivo.

A assembleia-geral decorreu sem surpresas, com todos os pontos aprovados e muitos por unanimidade, tal como era esperado face ao facto de o CaixaBank ter 84,51% e a seguradora Allianz 8,27%, estando o restante capital disperso.

Contudo, os membros do Conselho de Administração só entrarão em funções após a autorização do Banco de Portugal (BdP), que ainda falta, pelo que até lá se mantém a atual administração.

TÓPICOS

Siga-nos e receba as notícias do BOM DIA