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Teatro do Montemuro em digressão no Reino Unido

A coprodução “Os Quatro Clowns do Apocalipse”, da companhia do Teatro do Montemuro com a britânica Absolute Theatre, iniciou uma digressão no Reino Unido que vai visitar localidades no centro de Inglaterra e várias salas em Londres até 28 de março.

A peça, que já fez algumas apresentações em Portugal, incluindo em Cinfães, Palmela, Lisboa e Évora, vai agora visitar Walsall, Smethwick, Birmingham, Wolverhampton, Leominster, Ludlow, Barnes e Londres.

Baseado na história do Novo Testamento sobre a chegada dos Quatro Cavaleiros do Apocalipse (Peste, Guerra, Fome e Morte) que anunciam o fim do mundo, o texto conta como passam o tempo os três primeiros enquanto esperam pela Morte.

“É um espetáculo sem palavras, sem argumento, o que facilita em termos de diferenças das línguas. Os três atores envolvidos têm um talento cómico e físico que não tinha sido explorado antes. Todos nós queríamos um desafio diferente para fazer algo diferente”, disse à agência Lusa o diretor artístico da companhia londrina Absolute Theatre, Andrew Harries.

O espetáculo é original, criado pelos intervenientes, com acompanhamento musical também concebido para o efeito, combinando o elenco português com uma equipa com elementos britânicos.

As duas companhias já tinham colaborado anteriormente, mas só agora surgiu a oportunidade de fazer uma coprodução.

Para ambas, é “este é um formato diferente do habitual”, já que normalmente apresentam espetáculos com texto, seja de novos escritores ou de literatura clássica, revelou Harries.

O diretor artístico do Teatro de Montemuro, Eduardo Correia, também admitiu que esta incursão pelo teatro físico de ‘clowning’ é inaudita para a companhia portuguesa.

“O texto é um suporte fundamental dos nossos espetáculos, mas estamos sempre à procura de novas linguagens, como marionetas e música. Neste espetáculo, o registo é diferente do comum. Tem 75 minutos e não dizemos uma única palavra, tudo se resume à sonoridade do espetáculo e movimento dos atores”, descreveu.

Os comentários recebidos de quem assistiu às apresentações foram positivos em Portugal, onde não existe uma tradição deste tipo de teatro, feito por “atores de texto, com emoções vincadas, mas que é físico”.

A expectativa quanto à reação do público britânico é grande, admite Correia, que invoca o vigor e empenho da equipa.

“Estamos muito expectantes, porque é uma linguagem que não é comum em Portugal, mas que aqui é mais normal. Podem não gostar, mas não vão ficar indiferentes aos atores e à música, percebe-se que há muita experimentação e pesquisa por detrás do espetáculo”, garante.

Após o fim desta digressão em 28 de março, a peça volta para Portugal, onde tem datas garantidas até ao final de 2018, em salas no norte do país, na região de Lisboa e no Alentejo.

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