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Lusodescendentes dos Estados Unidos divididos sobre Trump

Representes luso-americanos ouvidos pela Lusa dividem-se segundo as linhas partidárias na sua avaliação do primeiro mês de Donald J. Trump como presidente dos EUA.

“A administração Trump, que ainda está na sua infância, já conseguiu criar uma grande quantidade de caos e divisão nas últimas quatro semanas”, disse à Lusa o representante estadual de Massachusetts António Cabral (democrata).

Por outro lado, Francisco Semião, que integrou a Coligação Nacional para a Diversidade da campanha de Trump, diz que “não deve haver surpresas em relação às medidas que o presidente tem tomado: são exatamente as que disse que faria”.

O democrata António Cabral diz que alguns dos nomeados de Trump “enfrentaram oposição dos dois partidos” e que “políticas-chave foram anunciadas de forma pouco ortodoxa e superficial através do Twitter”.

“A lei sobre viajantes de sete países muçulmanos causou ondas internacionais e a posição geral em relação à imigração tem causado medo e desconfiança ao nível das comunidades”, justifica.

Cabral acredita que “as relações internacionais do país, tanto com os aliados como com os adversários, estão em risco de ser comprometidos devido à diplomacia bombástica de Trump”.

Francisco Semião admite que “o primeiro mês do Presidente Trump foi uma mistura de sucessos e tropeções” e diz que as partes negativas se devem ao facto de os membros da equipa Trump “serem politicamente pouco refinados” e “também aos membros do partido republicano que desejam ver Trump falhar.”

“Se o Presidente Trump quer ter sucesso, tem de melhorar a sua mensagem para o povo americano e a comunidade global e tem de cortar relações com todos aqueles que estiveram associados a administrações republicanas que foram falhanços totais”, diz.

Trump tem sido muito criticado na forma como lida com os jornalistas, que critica de forma constante, mas Semião acha que pode ser uma boa estratégia.

“A última conferência de imprensa foi algo sem precedentes, porque ele confrontou os media e levou a sua mensagem diretamente ao povo americano. Só o tempo dirá se os americanos gostaram ou não”, diz.

Para Francisco Semião, no entanto, a maior vitória desta administração republicana é a atmosfera positiva em redor da economia.

“Estejamos do lado de Trump ou não, é verdade que se viu um salto na bolsa de valores, no mercado de trabalho e que há empresas que se sentem confiantes em manter, ou mudar, as suas operações para o país”, conclui.

António Cabral, no entanto, acredita que os resultados do mercado de trabalho são ainda resultado da administração Obama e que “num curto espaço de tempo, os indivíduos no poder mostraram a sua inexperiência e falta de capacidade para governar o país.”

O representante estadual diz que os estados se têm estado a organizar para proteger as suas comunidades da instabilidade que prevêem sera para os próximos quatro anos.

“Ao nível estadual, em Massachusetts, tentaremos ser o mais pragmáticos possível com os nossos cidadãos e tentaremos fornecer a liderança que muitos procuram de forma desesperada num momento de mudança na história dos EUA”, conclui.

Segundo a sondagem da Gallup, as taxas de aprovação de Trump estão 21 por cento abaixo da média para presidentes com um mês no poder.

Cerca de 40 por cento dos americanos aprova o trabalho do seu novo presidente, contra 64 por cento que aprovava o desempenho de Barack Obama na mesma altura em 2009.

Segundo a mesma sondagem, Donald Trump provoca opiniões muito polarizadas: 75 por cento dos inquiridos aprovam muito fortemente, ou desaprovam muito fortemente, o desempenho do presidente.

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