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Lusodescendentes percorrem 1.570 quilómetros com bens para vítimas dos fogos

© Le Pays Briard

Um casal de lusodescendentes residentes na região de Paris conduziu, ao longo de 1.570 quilómetros, uma carrinha carregada de roupa, mantas, calçado, brinquedos e bicicletas dos filhos para entregarem às vítimas dos fogos no concelho de Seia.

Georges Ferreira e Mélanie Alves, que moram na cidade de Chambly, a cerca de 60 quilómetros a norte de Paris, tiraram uma semana de “férias forçadas” para irem ajudar a sua terra a bordo de uma carrinha com um cartaz em que se lê “Solidarité Incendie -France Portugal – Solidariedade Incêndio”.

“Nós, emigrantes lá fora, estamos sempre perto do nosso povo aqui em Portugal. Ouvimos falar dos incêndios na minha terra. Começámos a falar há uma semana com uns amigos, pusemos um anúncio no Facebook, as pessoas começaram a doar muita roupa, calçado. Na quinta-feira andámos na recolha e viemos na sexta para baixo”, explicou Georges Ferreira à Lusa.

A viagem e a entrega dos bens tem sido fotografada e as imagens publicadas na conta Facebook “Solidarité Incendie (Portugal)”.

O casal partiu na sexta-feira de França, no sábado chegou à Igreja Evangélica de Seia com “a carrinha de cinco metros cúbicos” carregada de bens e foi distribuir diretamente às pessoas, tendo também comprado alimentos com dinheiro que conseguiram angariar em França.

Na segunda-feira, os franco-portugueses foram a Riba de Ave, terra da família de Mélanie, e Oliveira São Mateus para “recolher mais bens como produtos higiénicos, eletrodomésticos” que vão entregar esta sexta-feira de manhã em Seia.

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O lusodescendente, de 39 anos, acrescentou que “em França já há outra carrinha cheia e pessoas de Tours que também querem levar uma carrinha” carregada de bens, estando a prever fazer uma nova viagem antes do final do ano.

Georges Ferreira indicou, também, que o próximo objetivo é “angariar fundos para comprar uma carrinha para andar no combate aos incêndios”.

“Na minha terra, Lajes, não temos uma carrinha para andar nos incêndios. Precisamos de uma pick-up para pôr um tanque de água atrás para termos lá na Junta para começarem a apagar os fogos enquanto os bombeiros não vêm porque, coitados, os bombeiros estiveram lá para trás e para a frente e não conseguiram vir à nossa terra”, afirmou.

As centenas de incêndios que deflagraram no dia 15 de outubro, o pior dia de fogos do ano segundo as autoridades, provocaram 45 mortos e cerca de 70 feridos, perto de uma dezena dos quais graves.

Os fogos obrigaram a evacuar localidades, a realojar as populações e a cortar o trânsito em dezenas de estradas, sobretudo nas regiões Norte e Centro.

Esta é a segunda situação mais grave de incêndios com mortos em Portugal, depois de Pedrógão Grande, em junho deste ano, em que um fogo alastrou a outros municípios e provocou, segundo a contabilização oficial, 64 mortos e mais de 250 feridos. Registou-se ainda a morte de uma mulher que foi atropelada quando fugia deste fogo.

Le Pays Briard

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