De que está à procura ?

Colunistas

Mudam-se os tempos

© Pixabay

Quando o PSD e o CDS governavam, o BE e o PCP acusavam o ministro da Saúde Paulo Macedo de ser um ariete dos interesses obscuros dos privados, apostados no desmantelamento do SNS. Ao mesmo tempo, diziam que a coligação queria privatizar a CGD.

Agora que o PS governa, o perigoso representante dos interesses dos privados na Saúde foi escolhido para a presidência da CGD, mesmo sabendo-se que se dependesse do BE e do PCP, em Portugal só teríamos bancos do Estado. Para o BE – valha-nos a coerência do PCP – Paulo Macedo já serve.

O BE e o PCP diziam ser contra o fim dos limites aos vencimentos dos administradores da CGD que o PS decidiu. O PSD e o CDS levaram a discussão no Parlamento duas iniciativas destinadas a repor tetos nesses vencimentos. Independentemente das diferenças, fosse aprovada uma ou outra e seriam fixados de novo limites. Mas o BE e o PCP votaram contra. Significa que, por exclusiva deliberação da extrema-esquerda, a nova administração da CGD terá os salários que na conversa parlamentar dizem ser “milionários” e “escandalosos”. Mas a demagogia é dos outros.

De acordo com a última edição PISA da OCDE, que avalia trianualmente o percurso dos alunos de 15 anos, Portugal conseguiu pela primeira vez uma classificação acima da média em ciências, leitura e matemática.

O presidente da República saudou o facto e defendeu “linhas de continuidade” na Educação. Tem toda a razão. Acontece que indigitado o ministro Tiago Brandão Rodrigues, o Governo não fez outra coisa que não fosse reverter o que o ministro Nuno Crato – primeiro tributário do sucesso que o PISA assinalou – fizera na governação da coligação anterior.

A geringonça acabou com as provas finais do 4.º e 6.º anos, deu orientações para aligeirar o programa de matemática, excluiu as sociedades científicas do processo de mudança dos currículos escolares em favor de associações profissionais, convencida de que quem faz número saberá melhor do que quem detém o conhecimento e maquilhou os critérios dos rankings de avaliação das escolas, penalizando as que queiram valorizar o mérito de quem estuda.

Para o PS, o facilitismo que promove a ignorância no ensino é melhor, porque rende mais votos. Estudar é uma maçada. Os velhos “chumbos”, não vá traumatizarem quem opte pela preguiça, coitadinhos, passam eufemisticamente à categoria de “retenções”. E se os “canudos a metro” significam gerações inteiras mais mal preparadas, não tem problema. Acaba-se com os exames. Afinal, o que não se afere também não se sabe. Todos iguais, mesmo não merecendo. Eis o princípio. Tudo muito socialista.

Esta publicação é da responsabilidade exclusiva do seu autor.

TÓPICOS

Siga-nos e receba as notícias do BOM DIA