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O primeiro marco de correio do mundo foi português

Em 1500, ano que Pedro Álvares Cabral descobriu – a 22 de Abril, – o Brasil, Tristão de Ataíde ia em viagem para a Índia, mas naufragou, em pleno Oceano Índico.

A custo alcançou terra firme. Por coincidência, era o mesmíssimo local onde treze anos antes, Bartolomeu Dias, havia desembarcado e realizado o excelente negócio de trocar um boi por simples barrete vermelho, que tanto agradara aos indígenas.

Acomodado, o melhor que soube e pode, em terras de Natal, resolveu escrever carta, narrando a triste situação, e o modo como ocorreu a tragédia; e colocou-a no bojo de árvore que aí existia e existe.

Abertura natural que permitia proteger a missiva das intempéries e facilitava a deteção, pela marinhagem, que por lá passasse.

O local, por ser perto de fonte de água potável, já era conhecido dos navegadores portugueses que nas viagens que faziam à Índia abasteciam-se, ali, de água e verduras.

Decorrido um ano, após o naufrágio de Tristão de Ataíde, o comandante João da Nova, indo a caminho da Índia, desembarcou nesse local, da Baía das Morsas, para encher as pipas de água fresca.

Ao perpassar pela árvore, reparou que havia qualquer coisa depositada na cavidade do tronco e, aproximando-se, encontrou a carta.

Leu-a cuidadosamente e assentou, para assinalar o acontecimento, mandar erguer, no local, pequena capela que serviu, mais tarde, de ponto de referência para os navegadores se abastecerem de água abundante e potável.

A missiva de Tristão de Ataíde veio lembrar que se podia, para encurtar a distância, utilizando a árvore como marco de correio.

Desde então, os navios que iam para a Índia, deixavam o “correio” na abertura natural da árvore, e levantavam a que se destinava a território indiano; quando os barcos regressavam a Portugal, recolhiam a correspondência endereçada à metrópole.

Poupava-se assim tempo e permitia que as cartas chegassem mais rapidamente ao destino.

Essa árvore foi, quiçá, o primeiro marco de correio que existiu, e ficou conhecida, pelos ingleses, por post-tree.

No local existe placa evocativa onde é lembrado o naufrágio de Tristão de Ataíde e a existência do primeiro marco postal em África e no mundo.

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