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Papa encerra viagem à Arménia com gesto de paz destinado aos turcos

O Papa encerrou este domingo a sua primeira viagem à Arménia, iniciada na sexta-feira, com um gesto de paz junto à fronteira turca, onde lançou duas pombas brancas, na companhia do patriarca dos Arménios, Karekin II.

A última cerimónia religiosa da visita decorreu no Mosteiro de Khor Virap, um dos lugares sagrados da Igreja Arménia, no sopé do Monte Ararat, hoje território da Turquia, que a Bíblia identifica como o local de paragem da Arca de Noé, após o dilúvio relatado pelo livro do Génesis.

Francisco classificou esta sexta-feira como um “genocídio” a morte de centenas de milhares de cristãos arménios durante a I Guerra Mundial, às mãos do Império Otomano, uma acusação que é rejeitada pelos atuais responsáveis turcos.

O Papa evocou as vítimas do “extermínio” e visitou no sábado o memorial que lhes é dedicado, tendo ali depositado uma coroa de flores e rezado em silêncio.

Francisco escreveu uma mensagem sobre a importância da memória, para que a humanidade “não esqueça” estas tragédias e as mesmas nunca mais se repitam.

Noutra intervenção, o Papa desejou que arménios e turcos procurem caminhos de reconciliação para fechar “feridas abertas” há 100 anos.

O pontífice argentino foi sempre acompanhado pelo patriarca da Igreja Apostólica Arménia, o ‘catholicos’ Karekin II, com o qual assinou uma declaração ecuménica conjunta de condenação das perseguições religiosas e do fundamentalismo.

O Papa repetiu em várias intervenções o desejo de “unidade plena” entre católicos e arménios, sublinhando que essa unidade é uma exigência de respeito por todos os que “sacrificaram a vida pela fé”.

Na segunda maior cidade do país, Francisco dirigiu-se à minoria católica e convidou todos a preservar a “memória do povo” da Arménia, marcada pela fé cristã

A cerimónia de despedida decorreu no aeroporto internacional de Erevan, capital da Arménia, nação que conta atualmente com 280 mil católicos (9,6% da população).

A Arménia, como recordou o Papa, é considerada “o primeiro país cristão”, dado que o rei Tiridates III proclamou o Cristianismo como religião de Estado em 301, ainda antes do Império Romano, sob o impulso de São Gregório, o Iluminador.

O país recebeu um Papa pela primeira vez desde a visita de João Paulo II, em 2001.

Ainda em 2016, Francisco regressa ao Cáucaso para visitar a Geórgia e o Azerbaijão, entre os dias 30 de setembro e 2 de outubro.

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