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Paris vai recordar participação portuguesa na Primeira Guerra Mundial

A delegação de Paris da Liga dos Combatentes organizou uma exposição e um colóquio para “lembrar aos franceses que Portugal foi um dos aliados de França durante a Grande Guerra”, disse à Lusa o historiador Georges Viaud.

O também presidente da delegação de Paris da Liga dos Combatentes explicou que até 27 de novembro, vão estar afixados, nas grades do Square Ferdinand Brunot, em frente à Câmara Municipal do 14º bairro de Paris, quatro painéis intitulados “Chemin de Mémoire des commémorations centenaires de 1916, 1917, 1918 et 1919 du Corps Expéditionnaire Portugais en France et à Paris”.

A exposição, patente desde esta segunda-feira, vai ser inaugurada no sábado, 11 de novembro, às 11h30 (menos uma em Lisboa), por ocasião dos 99 anos do Armistício de 1918, que pôs fim à Primeira Guerra Mundial. A iniciativa vai ser precedida por uma missa na Igreja Saint-Pierre de Montrouge, às 10h, em memória das vítimas da guerra.

O objetivo é lembrar aos franceses que os soldados portugueses combateram nas trincheiras da Flandres durante a Primeira Guerra Mundial, explicou Georges Viaud, o historiador que também é presidente da Sociedade de História e Arqueologia do 14° bairro de Paris e que já tinha criado visitas guiadas aos locais deste bairro onde viveu o pintor português Amadeo de Souza Cardoso (1887-1918).

“Fiz um estudo sobre Portugal como aliado na Grande Guerra e nessa época isso era conhecido. A visita do então presidente Bernardino Machado a Paris foi muito desenvolvida pela imprensa francesa, mas depois o assunto caiu no esquecimento. Uma das minhas missões é lembrar aos franceses, e também à comunidade portuguesa que está cá, que Portugal foi um dos aliados de França na Grande Guerra”, afirmou.

No dia 25 de novembro, a Câmara Municipal do 14º bairro de Paris vai ser palco de um colóquio sobre as comemorações centenárias do Corpo Expedicionário Português em França, uma iniciativa também da delegação parisiense da Liga dos Combatentes que vai contar com a participação dos historiadores Yves Léonard, Georges Viaud e Manuel do Nascimento.

Georges Viaud explicou, ainda, que os quatro painéis atualmente em exposição são um “anúncio para preparar uma exposição sobre o centenário da Batalha de La Lys”, em abril do próximo ano, quando deverá haver 14 painéis sobre o Corpo Expedicionário Português (CEP).

O historiador autodidata acrescentou que essa exposição deverá acontecer no 14° bairro de Paris porque Adriano de Sousa Lopes, o pintor oficial do CEP, viveu neste bairro, assim como António Alves de Sousa “que foi um dos escultores do monumento aos combatentes no cemitério de Boulogne-sur-Mer”, no norte de França.

A 11 e 12 de novembro, na cidade de Laventie, no norte de França, entre as 10h e as 18h (hora local), vai estar patente a exposição “A Presença Militar Portuguesa na Flandres”, acompanhada por um colóquio e um atelier intitulado “A memória dos soldados portugueses”, numa iniciativa organizada pela associação L’Alloeu Terre de Batailles.

Esta terça-feira, foi inaugurada, no Palácio da Cidadela de Cascais, a exposição “Boa Viagem, Senhor Presidente! De Lisboa até à Guerra”, sobre a primeira vez que o Presidente da República portuguesa, Bernardino Machado, viajou oficialmente, há 100 anos, para o estrangeiro, nomeadamente para França devido ao envio de homens do CEP para a Flandres francesa em 1917.

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