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República Socialista Portuguesa

A extrema-esquerda abomina a riqueza alheia. Foi sempre assim. Olha para o que é dos outros com inveja e acha-se no direito de reclamar para si sem esforço o que o resto do Mundo só consegue com sacrifício e trabalho. Procura invariavelmente o caminho fácil, que é como quem diz, podendo, apropria-se. Nos tempos do PREC valeu-se dos petardos, assaltos a bancos, saneamentos e ocupações de herdades e empresas. Muitos dos seus, vencidos pela democracia que nunca quiseram, envelheceram, engordaram e num caso ou noutro acabaram condecorados pela singular justiça presidencial da República. 41 anos depois, refinaram. Há dias, em Coimbra, a convite do PS, Mariana Mortágua, deputada de um partido que representa 10% dos votos, disse que “do ponto de vista prático, a primeira coisa que temos de fazer é perder a vergonha de ir buscar a quem está a acumular dinheiro” . Aproveitando o embalo, lançou um novo imposto sobre o património. E a plateia socialista, em processo acelerado de desagregação identitária, aplaudiu.

Parece que depois a geringonça abanou. Num momento “zen”, a deputada “tweetou” que “taxar riqueza acumulada não é taxar poupança”, o que até poderia ser, não fosse o facto de, por definição, a poupança ser riqueza acumulada. Baralhou-se.

Mesmo assim, o que releva é que no dia seguinte ao devaneio, o inexistente ministro das finanças, que seria suposto representar o Estado na soberania tributária, continuou no lugar.

Dito isto, é como se vê. O BE sofisticou a imagem e a comunicação. É marketing puro. Tem boa Imprensa. Mas na essência, condensa num só partido, toda a raiva sectária e o radicalismo genético da UDP e do PSR. O PCP permanece monolítico. Em conjunto, tendo abertas as portas do poder, fizeram de aspetos relevantes da sua agenda política o programa de Governo. E nessa medida, multiplicaram o potencial de outros tempos de destruição da economia nacional.

Hoje, para a geringonça, o problema são os ricos. Ter património ou ganhar dinheiro honestamente é pecado. E os impostos são o castigo.

Se tem carro é rico.

Se tem casa é rico.

Se tem sol e vista boa é rico.

Se tem mais de 50 mil euros na conta bancária não é só rico, como também é suspeito. Com direito a visita do Fisco.

E se morreu, foi rico. O imposto sucessório já está no prelo.

Quando o Estado vive a contar cêntimos, não lembraria a ninguém. Mas assim se dá sentido ao anacronismo preambular que na Constituição diz da necessidade do “caminho para uma sociedade socialista”. Afinal não morreu.

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