Harvey, Irma, Jose e Katia são nomes que por estes dias têm dado muito que falar. São os furacões gerados no Oceano Atlântico que têm sido notícia, pelas piores razões. E, por esta altura, muitos têm questionado como surgem os nomes destes fenómenos naturais. A verdade é que foram criadas listas de nomes para estes fenómenos e que não estão relacionadas com homenagens a personalidades.

Ao contrário do que muitos pensam, os nomes dos furacões não têm nada a ver com homenagens a políticos ou a outras personalidades que já morreram.

Segundo a TVI24, a lista de nomes para os ciclones gerados no Atlântico foi criada em 1953 pelo Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos (NHC, na sigla em inglês). Esta lista foi usada para as listas de outras regiões do mundo.

Atualmente, estas listas são mantidas e atualizadas pela Organização Meteorológica Mundial (OMM) e pela ONU.

Todos os anos, as listas são organizadas por ordem alfabética, alternando nomes masculinos e femininos. E são diferentes de região para região.

 Este ano, a temporada de furacões e tempestades no Atlântico, que começou em junho, já passou por Arlene, Bret, Cindy, Don, Emily, Franklin, Gert e Harvey até chegar a Irma, Jose e Katia.

No Pacífico, a lista já passou por Adrian, Beatriz, Calvin, Dora, Eugene, Fernanda, Greg, Hilary, Irwin, Jova e Kenneth.

Estas listas são recicladas a cada seis anos, o que significa que, em 2023, Harvey ou Irma podem aparecer novamente.

Mas os nomes de furacões que causaram grandes tragédias são retirados e não voltam a ser usados, para que não haja confusão.

É o caso do furacão Katrina, que causou cerca de 1000 mortos, em 2005. O nome não irá ser usado novamente pelo impacto devastador que teve.

No caso de acontecerem mais de 21 furacões durante uma temporada, a Organização Meteorológica Mundial utiliza nomes do alfabeto grego, como por exemplo Alfa, Beta, Gama, Delta.

O chefe do programa de furacões tropicais da Organização Meteorológica Mundial, Koji Kuroiwa, explica que o Exército americano foi o primeiro a usar nomes de pessoas em tempestades durante a Segunda Guerra Mundial.

“Eles preferiam escolher nomes das namoradas, esposas ou mães. Naquela época, a maioria dos nomes era de mulheres.”

A partir desse momento tornou-se regra a utilização dos nomes femininos. Em 1970, porém, introduziu-se na lista nomes masculinos para evitar a desigualdade de géneros.

Kuroiwa explica que há muitas pessoas que querem dar nomes de familiares ou até os seus próprios nomes aos furacões.

“Temos muitos pedidos todos os anos. ‘Por favor, use o meu nome ou o nome da minha esposa ou da minha filha”, afirma o chefe do programa de furacões tropicais da Organização Meteorológica Mundial.