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Trump bate com a porta na cimeira dos 7 porque queria 8

A Cimeira do G7 (países mais industrializados do mundo: Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão, Reino Unido) no Canadá, 08-09/06/2018 deixou um comunicado final em que declaram lutar contra o protecionismo no comércio, desnuclearização da Península da Coreia e do Irão, apelo à Rússia para não poiar o regime sírio, colaborar no intuito de alcançar um crescimento inclusivo e a igualdade de género, implementar o Acordo de Paris sobre o Clima (sem os USA). Uma declaração dos 7 que se torna na dos 6. Os Estados Unidos não subscreveram o comunicado emitido pelo G7.

A política mundial encontra-se numa fase axial da História; uma nova ordem mundial encontra-se a caminho. A rotina e o oportunismo temem ver apressado o seu fim. O que aconteceu na cimeira é apenas um aviso e um sinal da mudança que se opera a nível mundial e que expressa a necessidade de novas estratégias e reformulações de blocos. De facto, uma política global não pode passar por cima dos interesses nacionais nem de suas metas a longo prazo. Como já toda a gente critica suficientemente Trum não fica mal apresentar algum aspecto benigno das consequências do seu agir!

O aspecto positivo que Trump trouxe à cimeira foi o acentuar a urgência da Europa assumir maior autonomia e responsabilidade e a importância de se unir à Rússia. Para a UE não é já suficiente o moralismo ideológico de valores de abertura e a economia como factor de afirmação em relação a outros blocos.

Já há muitos anos se observa uma política demasiadamente orientada para os interesses da Alemanha que fomenta a promoção dos seus vizinhos a leste para não ter pobres ao pé da porta e por outro lado impõe à Europa uma política económica e de asilo embora os seus actores internacionais sejam a Alemanha, o Reino Unido e a França com o poder da sua economia e negócio das suas armas.

Num tempo em que o comportamento ético está especialmente limitado a interesses de grupos fortes e aos lóbis, Trump parece abusar dessa ética cada vez mais económica, ideológica e imprevisível. Talvez a posição incómoda e não diplomática de Trump não expresse mais que um aproximar-se do auge do tempo de crise e que a política quer continuar a não verbalizar.

Trump é como a pedra, não muda; continua a ser como governante o que era como concorrente eleitoral. Um aparte: desde 1994 que todos os presidentes norte-americanos prometeram mudar a embaixada para Jerusalém, mas nenhum cumpriu. Trump cumpriu e toda a gente o critica!

Negociar não é o seu forte e para mais numa época narcisista. Ele é tão fraco, que está a mudar o mundo! Ele sabe que como nas revoluções, depois do mundo mudado, ninguém perguntará pelos erros da mudança, depois dela dada.

Farto de uma política de conselhos e conselheiros não tem em conta que um Estado congrega muitos interesses grupais precisando de burocratas e de figurantes poderosos que o sistema tem de manter para que os grupos de pressão não joguem fora do campo. Os que o criticam têm certa razão dado não se poder identificar um Estado com uma empresa económica, mas também é um facto que a política europeia não pode continuar no sonho da Bela Adormecida ou no jogo do populismo de cima contra o populismo de baixo.

Numa Europa em que a intervenção política e a procissão se alinham mais à esquerda, é consequente o necessário amplificador da rectórica de direita e de esquerda perante a pressão da economia e dos lóbis do dinheiro e da ideologia vindas de Bruxelas.

A política de baloiço partidário tem sido prolongada com ritos públicos que servem de tubo de escape para as tensões sociais, mas o tempo hodierno começa a não suportar uma ideologia de mantras cuja lógica de convicção provém da música da sua repetição ritmada, que leva os partidos e as nações a perderem o seu rosto.

Em muitas sociedades ainda não existe a pressão local a nível nacional; as bases ainda se encontram em fase de formação, dado a opinião pública ser alimentada sobretudo com conversas de futebol, sexo, dietas e racismo.

Achei elucidativo o que João de Barros apresenta na sua página de FB; são factos (1) que ajudam a compreender a posição de Trump numa nação que sente o seu futuro comprometido em relação ao desenvolvimento da China.

 

Esta publicação é da responsabilidade exclusiva do seu autor.

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