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Ucrânia – oito pessoas num táxi

A minha chegada à capital da Ucrânia foi uma autêntica surpresa. Saio do aeroporto e sou logo interpelado por um monte de taxistas para me levarem até à cidade de Kiev. Perguntei pelo preço mas, achando que era bastante caro, e tendo algum tempo disponível, decidi ir de autocarro.

Não foi nada fácil, pois não estava nada à espera que ninguém falasse inglês. Meio perdido e desorientado, lá me consegui desenrascar e fui de autocarro até à capital.

Apesar deste entrave da língua, alguns nativos sorriam ao longo do caminho.

Atrás de mim estava uma senhora já com uma certa idade e uma menina bastante nova.

A senhora falava com a rapariga e apontava para mim.

A menina, que pelos vistos era a única que falava inglês no autocarro, traduzia o que a avó lhe dizia.

A senhora queria saber de onde vinha e o que fazia ali.

Aproveitei o facto de a menina falar inglês e perguntei onde deveria sair para me dirigir à pousada que reservara. Apesar de a menina ser bastante tímida, a avó obrigava-a a falar comigo.

Agradeci a ajuda e, chegado ao centro da cidade, saio do autocarro.

Perguntava onde ficava a pousada e ninguém me sabia explicar.

Mostrava a morada e apenas ficavam pasmados a olhar.

Dirigia-me aos mais jovens, com a expetativa que alguém dominasse o inglês, e nada…

Andava novamente desorientado de um lado para o outro.

Ao aperceber-se desta situação, a tal senhora que estava no autocarro com a neta, aproximou-se de mim e convidou-me para ir com ela e a sua neta de táxi.

Falou com o taxista, mostrando-lhe a morada da pousada e lá partimos.

Passado algum tempo, parámos e perguntei se já tinha chegado à pousada.

Estávamos à porta de casa da senhora.

A senhora despede-se de mim e a sua neta diz-me que o taxista me iria levar à pousada e que já não seria preciso pagar nada. A sua avó já tinha pago tudo.

Fiquei espantado com esta atitude e queria pagar a minha parte.

A senhora recusou e continuei caminho até chegar ao destino. Que lição para mim!

Kiev, a capital da Ucrânia é uma das cidades mais antigas da Europa Oriental que fica nas margens do rio Dniepre.

Há imensas igrejas ortodoxas espalhadas pela cidade com a sua arquitetura barroca, assim como imensos parques.

Um contraste perfeito entre uma arquitetura de estilo russo e o verde dos seus parques.

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Na pousada havia imensos turistas e de imediato decidimos sair à noite.

Perguntámos na receção onde poderíamos encontrar uma discoteca e a rapariga respondeu imediatamente, e para nosso espanto, que iria connosco.

Apareceu à noite acompanhada de outra rapariga que também trabalhava na pousada.

Eram particularmente simpáticas e falavam fluentemente o inglês (maravilha!).

Falavam de uma tal discoteca que ficava na margem do rio, mas teríamos de ir de táxi.

Como tínhamos tradutoras nem precisávamos de nos chatear.

Habitualmente os taxistas querem sempre fazer um preço mais caro por sermos turistas. Porém, como as raparigas sabiam bem o valor da tal viagem, não se deixaram intimidar e regatearam aos berros com o taxista.

Eu olhava para o carro e só me ria.

O senhor, meio carrancudo e com cara de poucos amigos, pedia um valor exorbitante para irmos numa carripana toda velha (nem se reconhecia o modelo!).

Pensámos que, sendo oito pessoas, nunca iríamos caber todos no mesmo veículo (pelo menos foi o que todos nós achámos). Mas lá se combinou o preço e entrámos no carro, procurando repartir o pouco espaço que havia.

Parecíamos sacos de farinha (ou sardinhas em lata!)! Só para não pagarmos mais!

Com a cabeça fora da janela e uns em cima dos outros, dirigimo-nos à tal discoteca. O sítio parecia ser brutal e tinha ar de ser bastante moderno: carros topo de gama à porta, com os clientes todos bem apresentados… De repente aparece uma carripana toda velha a cair aos pedaços…

Saímos do carro e a verdade é que espalhámos imediatamente magia (aquilo era realmente hilariante!). As duas raparigas saíram e, até aí, tudo normal.

Mas quando a porta se abriu atrás, éramos oito ao todo.

Parecíamos arroz a transbordar de uma panela de pressão e estava toda a gente pasmada a olhar para nós. Sem dúvida uma entrada triunfante que despertou de imediato algumas gargalhadas à nossa volta!

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