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França

Um português envolvido no caso que pode levar Sarkozy à prisão

O ex-Presidente francês Nicolas Sarkozy vai ser julgado, por alegado financiamento ilegal durante a campanha para a sua reeleição em 2012. Fonte judicial acrescentou que há outras 13 pessoas, entre as quais um português, que também vão a julgamento por causa do chamado “caso Bygmalion”, que envolveu acusações de excessos de gastos e irregularidades de financiamento, num processo que envolveu faturas falsas e permitiu que o partido de Sarkozy, então chamado UMP (União por um Movimento Popular, e atualmente designado Os Republicanos) excedesse o limite máximo de gastos imposto pela lei francesa (22,5 milhões de euros).

A Bygmalion faturou alegadamente 18,5 milhões de euros ao partido de Sarkozy em vez de faturar os seus serviços à campanha do então Presidente. Gestores da empresa reconheceram a existência de fraude e de contabilidade falsa e o julgamento irá focar-se sobre se Sarkozy, ele próprio, tinha conhecimento ou tomou quaisquer decisões sobre o assunto.

O antigo chefe de Estado francês é acusado de ter validado (e assinado) as despesas da sua campanha eleitoral, sabendo que se tratava de contas com valores falsificados. As contas não corresponderão à verdade das despesas, como confirmou à Justiça um tesoureiro da campanha eleitoral sarkozysta e, sobretudo, Guy Alves, filho de emigrantes portugueses e patrão da Bygmalion, empresa de comunicação e organização de eventos que na altura trabalhava para Sarkozy, a UMP e para diversos municípios dirigidos pela direita.

O lusodescendente, formado em grandes escolas francesas – designadamente no Instituto de Ciências Políticas de Paris –, faz parte dos 13 outros acusados neste caso. Conforme o Expresso escreveu há um ano,Alves “não suportou” que alguns dirigentes da UMP e da campanha eleitoral de Sarkozy tenham, numa primeira fase, dito aos juízes que teria sido a Bygmalion e ele próprio, pessoalmente, a enriquecer com as faturas falsas no valor de cerca de 20 milhões de euros.

Guy Alves, que ganhava na época 10 mil euros de salário na sua empresa, revelou aos juízes que estabeleceu as faturas em nome da UMP a pedido dos dirigentes sarkozystas, porque “eles ameaçavam não pagar por terem ultrapassado em muito o limite legal das despesas do candidato”.

Caso seja condenado, Sarkozy incorre numa pena de até um ano de prisão.

A decisão de submeter Sarkozy surge numa altura em que os políticos franceses enfrentam um escrutínio crescente relativamente às suas finanças pessoais e o aproximar das eleições presidenciais de abril e maio deste ano.

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