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Viagens de um solteiro: um “date” agora?

Algo de que não sinto nenhuma falta da minha vida nos EUA é o clima gelado.

Durante o Inverno lembro-me de assistir às pessoas a cair. Não devido à neve. Mas por causa do gelo.

Lembro-me de uma vez sair do trabalho (a pé como sempre) e começar a não sentir as minhas mãos. Naquele momento estava a passar (graças a Deus) à frente de uma clínica que pertence ao hospital em que eu trabalhava. Eles têm pequenos autocarros para transportar pessoas entre os sítios. E foi o que eu fiz. Apanhei o autocarro. Achei que o meu corpo ia morrer.
Outro dia deixei as minhas chaves com os meus pais que estavam lá para passarmos juntos as férias de Natal. Quando cheguei em casa, não estava ninguém. Estava frio. Muito frio. O meu telemóvel não tinha bateria. Não poderia telefonar a ninguém. Sentei-me à porta, tirei o portátil e tentei contactar o meu senhorio através do Facebook.

Ele disse-me que ainda estava no trabalho. A uma hora de carro de casa. E lamentava, mas não podia fazer nada. Decidi saltar para cima e para baixo para ficar mais quente, mas era difícil manter a temperatura do corpo.

A certa altura, depois de uma hora de espera, decidi pedir ajuda aos vizinhos. Mas pensei como podemos comunicar-nos. Eles pareciam turcos. Que grande surpresa quando entrei em casa deles e entendi que eram portugueses. Das ilhas.

Outra vez esqueci-me das minhas chaves. Cheguei a casa e não estava ninguém. Desta vez decidi ir a uma loja e ligar de lá. Estava a congelar outra vez. Liguei para o meu senhorio e ele disse-me que estava num date e que eu tinha de esperar. A menos que eu saltasse a janela. Logo agora num date? Eu disse-lhe: sim vou saltar.

O rapaz da loja, contudo, olha para mim assustado e diz-me: “Se fosse a si, não faria isso. Um vizinho pode ver e disparar. ” Bom, pensei, mas vamos tentar. E fiz.

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