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40% dos estudantes portugueses não sabe o que é inflação

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Um grupo composto por docentes e diplomados na e pela Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Viseu (ESTGV) levou a cabo um inquérito de âmbito nacional, com vista a aferir da literacia financeira dos jovens que ingressaram no ensino superior (subsistema politécnico) no ano letivo 2022/2023. 

Analisando as 464 respostas válidas há algumas evidências que os autores da iniciativa consideram preocupantes. 

Quando questionados sobre situações do dia a dia envolvendo percentagens e o conceito de inflação (um conceito que tem sido referenciado com bastante frequência nos últimos tempos) verificámos que mais de 40% dos inquiridos têm dificuldade em calcular uma percentagem simples e 30% não entendem o significado de “inflação”. 

O conceito de juro, remuneração de um dado capital durante um determinado prazo (no fundo, o valor do dinheiro, tendo em conta o fator tempo), é um conceito com que nos deparamos no dia a dia. Quase metade dos inquiridos não percebem o conceito de regime de juro simples e quase 60% não entendem o efeito de “juros sobre juros”.  

Com a subida da Euribor, e com a esmagadora maioria dos empréstimos para a habitação contraídos a uma taxa variável (indexada à Euribor), as prestações que os portugueses têm de suportar para fazer face aos empréstimos contraídos são cada vez mais elevadas. Quase 35% dos inquiridos não percebem que quando se pede um empréstimo paga-se mais do que o dinheiro pedido, mais de 70% não sabem o que é a Euribor e quase 70% não sabem o que é o Spread. 

A poupança é importante na gestão financeira pessoal, mas a poupança, isoladamente, não significa um crescimento do património. Existem várias formas de aplicarmos as nossas poupanças, por isso é necessário analisar e escolher a que melhor se adequa às nossas características. Considerando os produtos contemplados no inquérito, a média de respostas “Desconheço o produto” é superior a 25%, sendo que os produtos mais falados e de conhecimento (presumivelmente) transversal a toda a sociedade, como depósitos a prazo e certificados de aforro, atingem taxas de “desconhecimento” assumido de cerca de 16% e 35%, respetivamente. Para os que os revelam conhecer, a perceção do risco associado a cada um dos produtos nem sempre é a mais correta. 

De realçar, ainda, o facto de cerca de 41% dos inquiridos terem colocado um curso na área das ciências económicas e empresariais como primeiro opção aquando da candidatura ao ensino superior.  

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