O Continente Africano, viu-se, como todos nós, confrontado com uma guerra na Europa, onde a Rússia invadiu militarmente a Ucrânia, conflito este que perdura há já 3 meses e com consequências nefastas para o mundo em geral e obviamente que África não será exceção.
Independentemente do FMI prever um crescimento económico para o Continente Africano em 2022 de cerca de 6% para os países considerados emergentes e 3,8% para a Africa Subsariana, as dificuldades não serão de menos se tivermos também em conta a fraca taxa de vacinação contra o COVID19 (razão subjacente ao fraco crescimento por via dos inúmeros confinamentos registados na maioria de alguns desses países) bem como o aumento exponencial dos bens essenciais aliado ao preço do petróleo que persiste na barreira dos 100USD/barril e que obriga os países não produtores a um enorme esforço na sua aquisição.
Nesta situação particular e de forma antecipada o Gabão, país da Africa Central com cerca de 2.200 mil habitantes, optou desde há muito pela via de uma politica de crescimento económico sustentado tendo para o efeito, muito pela sua situação de pais vendedor e não de comprador de petróleo, bem essencial para a sua autossustentação, assegurando assim a segurança alimentar das suas populações.
Independentemente disso incluiu na sua agenda política do pós-petróleo, a aposta numa Economia Verde item fundamental para a pratica de uma Economia Circular de sucesso a todos os níveis bem conseguida.
Neste contexto, espera também aderir em 2022 à Commonwelath, (Comunidade de Países Britânicos), onde alias já encetou conversações nesse sentido.
Tendo em conta que se trata de uma ex-colónia francesa, e caso esta adesão se concretize, o Gabão atingirá uma maior plenitude da sua autonomia em diversos setores da sua economia onde, alias, ainda se sente a “main-prise” da França.
Considerando todos estes fatores e aliado à sua estabilidade política, posso dizer com exatidão que o Gabão está no bom caminho e vislumbra-se dentro de alguns anos que possa constituir-se como um dos países africanos mais apetecíveis para o investimento estrangeiro.
Carlos Ferreira