Ilustre leitora e prestigiado leitor, dou-lhe as boas–vindas a mais uma crónica nada-fantástica sobre o Mundial de Vídeo-Árbitro da Rússia, competição onde vencem os árbitros que mais tempo conseguirem passar a ver televisão enquanto apitam uns jogozecos de umas selecções manhosas que têm a mania que sabem jogar e que são as melhores do mundo. Este mundial vai ficar conhecido pelo mundial em que os árbitros correram mais atrás da televisão do que atrás da bola e dos jogadores. E, a avaliar pela falta de qualidade de alguns jogos, mais se reforça o espírito televisivo de livre-arbítrio deste mundial: o Mundial 4K(aka)…
Polónia x Colômbia: Com esta derrota, a Polónia tornou-se na primeira selecção europeia a ser eliminada da competição, com destaque para as exibições pouco inspiradas do seu capitão e principal estrela, Robert Lewandowski, qual personagem de uma tragédia Shakespeariana (quem não se lembra de Polonius?). E foi assim que a Colômbia expulsou os polacos do Mundial com uma overdose de golos…
Uruguai x Rússia: Com o triunfo da selecção celeste, por 3-0, a Rússia igualou a África do Sul como nação-sede a sofrer a derrota mais pesada na fase de grupos de um mundial. Curiosamente, a derrota da selecção africana, em 2010, também foi contra o Uruguai, com Muslera, Godín, Suarez e C
Arábia Saudita x Egipto: Essam El-Hadary tornou-
Irão x Portugal: Cristiano Ronaldo falhou um penalty e fê-lo a pensar na conquista do título do Mundial, já que também no Euro 2016 a nossa selecção foi, praticamente, de empate em empate até à vitória final! Ou isso ou então Cristiano falhou o penalty para evitar problemas domésticos: “Se encontro aquela galdéria da Irina no estádio nem sabes o que lhe faço” – ameaçou-o Georgina. Queiroz antes do jogo prometeu dificultar a vida a Portugal. Nada de novo, portanto: já o havia feito no Mundial de 2010 na África do Sul.
Austrália x Peru: Graças aos golos de Guerrero e Carrillo, o Peru somou a sua primeira vitória em fases finais de Mundiais, desde 1978, quando os Incas derrotaram por 4-1 o Irão, com direito a um hat-trick do lendário Teófilo Cubillas. José Paolo Guerrero tornou-se no terceiro sul-americano mais velho da história a marcar em fases finais de mundiais, após o argentino Martín Palermo contra a Grécia, em 2010, e o campeão uruguaio ObdulioVarela, contra a Espanha, no mundial de 1950, capitão da selecção naquela Copa que ficou célebre pelo Maracanaço. Varela e Palermo tinham 36 anos, e Guerrero marcou à Austrália aos 34 anos. Uma coisa é certa: o Peru vem com os 3 para casa…
Argentina x Nigéria: em 6 participações nigerianas em mundiais, a fortuna ditou que só numa delas não ficassem no mesmo grupo que os argentinos. Este foi assim o quinto encontro de argentinos e nigerianos em mundiais, e a quinta vitória argentina. Rojo, que já tinha decidido em 2014 contra a Nigéria, voltou a decidir, e Lionel Messi juntou-se ao grupo restrito de argentinos a marcar em 3 mundiais, composto por Diego Armando Maradona e Gabriel Batistuta. Messimarcou o 100º golo do Mundial o que significa que dos 0-100 golos vão 13 dias, por isso espero que o rival de CR7 não seja supersticioso…
Coreia do Sul x Alemanha: A Coreia do Sul tornou-se na primeira nação asiática a derrotar a Alemanha em fases finais de mundiais, naquela que foi apenas a segunda eliminação da história da Alemanha na primeira fase de um Mundial, após terem sido eliminados pela Suíça, em 1938. Foi a quarta vez nos últimos 5 mundiais que a selecção detentora do título caiu na primeira fase, após França em 2002, Itália em 2010 e Espanha em 2014. Apenas o Brasil quebrou a tradição, chegando aos quartos-de-final, em 2006. Curiosamente, foi um Kim a marcar o primeiro golo para a Coreia. Talvez um primo de Kim Jong-un, quem sabe? E 29 anos depois da queda do Muro de Berlim caiu a barreira defensiva da Alemanha, desta vez não com a música dos Pink Floyd, mas sim ao som dos BTS e da música “No More Dream”.
Japão x Polónia: Pela primeira vez desde 1986, a Polónia não sofreu golos num jogo da competição. Na ocasião de 1986 derrotaram a selecçâoportuguesa, também por 1-0, com um golo apontado por Wlodzimierz Smolarek. Curiosamente, o seu filho, Euzebiusz Smolarek (cha
Senegal x Colômbia: Pela primeira vez desde 1982, nenhuma equipa africana avançou da fase de grupos, tendo a selecção senegalesa sido eliminada por pontos de ‘fair-play’: mais especificamente, por ter recebido mais dois cartões amarelos que os rivais japoneses. E lá regressaram, com icterícia, os senegaleses a casa…
Panamá x Tunísia: O auto-golo de Yassine Meriah, a favor do Panamá, garantiu que todas as selecções marcassem pelo menos 2 golos neste Mundial. Por falar em golos, a Tunísia atingiu 5 golos neste mundial, igualando, até agora, selecções como Uruguai, Portugal, Brasil e Colômbia e suplantando conjuntos como o francês, o argentino, o mexicano, o dinamarquês e o alemão. Mas interessante mesmo é que foi neste jogo, que tinha todos os ingredientes para ser um jogo da liga dos últimos, que foi marcado o golo 2500 da história dos mundiais pelo tunisino Fakhreddine Ben Youss
A título de balanço da fase de grupos, apenas 3 selecções não estiveram na frente do marcador nem um segundo nos seus jogos: Austrália, Islândia e Costa Rica. Já Irão e Alemanha tiveram apenas poucos segundos em posições de vantagem.Estatísticas nada ricas e abonatórias para as selecções em questão. Mas nem todas as selecções podem ter um William de Carvalho a empatar e a atrasar o jogo aos adversários (ok… e, às vezes, também aos próprios colegas, mas há que ter alguém que contrarie a velocidade furiosa de Ronaldo porque senão era uma canseira não era William?).
O estádio Luzhniki, que irá receber a final, é o que regista a menor média de golos por jogo, com 7 golos marcados em 4 partidas, ou seja, 1,75 golos por jogo, empatando com a Cosmos Arena de Samara, com a mesma marca. Curiosamente, estes dois estádios são os com maior elevação (151 e 163 metros, respectivamente). Entre os estádios onde se marcam mais golos, como o de Kalinigrado e o ‘FishtOlympic Stadium‘ em Sochi, constata-se a sua baixa elevação (0 e 1 metros, respectivamente). Ok, também não é preciso jogar com muita elevação: até se podem dizer meia-dúzia de palavrões que isso ajuda á concentração e ao espírito de equipa conforme comprovam estudos científicos! Fernando Santos já avisou: “A vitória é nossa Sochi tivermos um olho no burro e outro no Queiroz… opppsss… quero dizer… nos uruguaios!”
(Esta crónica foi escrita em parceria com o meu filho Diogo Luís, estudante na Universidade do Porto).