Descubro o tumulto do gesto, a ausência de afetos, o eterno marejar das tormentas num barco sempre pronto a navegar.
Descubro o sabor a sal deslizando no meu rosto. A nostalgia das manhãs de inverno. O desassossego de quem tem sempre de partir, rumo a lugares desabitados. Descubro a sensação de vazio, um certo pudor de palavras e presenças, de espelhos partidos, de rostos tristes e baços. Descubro o sombrio lugar do desapego, a lonjura infinita aos lugares de pertença.
Descubro um mundo de evidências cruéis, e fujo, fujo sempre, para dentro do silêncio das palavras.
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