As tentativas do Estado Islâmico (EI) terrorista para se considerar dentro dos critérios da definição de Estado levam-no a possuir um Sistema Educativo nos territórios sob o seu controlo.
Por isso dedica uma especial atenção à “educação islâmica”, o que se traduz na liquidação, de um dia para o outro, do sistema vigente, despedindo ou executando os professores que recusem “engajar-se” no novo sistema proposto.
O “novo” sistema denomina-se madrassa e é herdado da Idade Média, desenvolvendo-se uma rede de escolas corânicas, as quais são instaladas nas antigas escolas governamentais, as quais tomam conta das crianças, desde a idade em que já saibam falar.
Significa, pois, que desde os 2 ou 3 anos de idade têm um programa muito simples que consiste em aprender de cor o Corão, por pequenas passagens, alargando-se progressivamente para extratos completos.
Passa-se depois à aprendizagem do alfabeto árabe e à escrita para poder explicar o texto e fazer a leitura do Corão autonomamente.
De acordo com as instruções do EI, a primeira fase termina com a memorização do Corão na sua totalidade, o que dá direito a um diploma intitulado shahâda.
Somente os melhores passam ao nível superior o qual é dedicado à aprendizagem das tradições proféticas, definidas em árabe como hadith.
Neste mesmo nivel são igualmente introduzidos ensinos de educação fisica, de que fazem parte os exercicios desportivos e o treino de tiro.
O EI procedeu a uma reforma do Ensino Superior, depois da conquista de Raqqa, com uma Faculdade de Teologia e uma nova Faculdade de Medicina, em que cada uma delas possui um programa aligeirado, para responder rapidamente às necessidades do Califado, em matéria de juizes Islâmicos e Médicos Qualificados.
Depois da conquista de Mossul, os “censores” do EI expurgaram as Bibliotecas Municipais e as Universitárias de todos os livros considerados anti-islâmicos, queimando-os na praça pública, lembrando o periodo da Inquisição da Igreja Católica..
Nestes autos de fé foram queimados livros de filosofia, de arte e de linguas estrangeiras assim como tratados de direito positivo e de direito internacional.
O ensino do EI é extremamente pobre, pois a componente dominante é a religiosa.
Contudo, os que concebem este tipo de ensino encorajam a aprendizagem dos meios de comunicação modernos, o que provoca nos alunos choques de conhecimentos.
Significa, por conseguinte, que estaremos perante uma geração de alunos completamente traumatizados, pois, pode dizer-se que, durante a manhã vivem em plena Idade Média e à tarde no século XXI, com um intervalo de guerreiro entre os dois períodos.
Pense-se, caras leitoras e caros leitores, como será possivel integrar na UE os traumatizados do regime sunita salafista que eventualmente fujam para o Ocidente. Nem com um gigantesco esforço eles se integram.
Coloquem-se no seu espaço tradicional acabando-se com a guerra para o seu regresso às terras de origem.