A embaixada de Portugal em França é só para quem vive em França?
Um emigrante português no Luxemburgo, testemunha num processo judicial em Braga, teve de se deslocar a Portugal de avião para depor. No grão-ducado, o consulado não tem videoconferência nem Skype, e na embaixada, em Paris, não o deixaram falar por não residir em França.
“De nada valeram os pedidos insistentes do juiz do processo, que lembrou que ele estava em território português e que o caso envolvia uma pessoa com deficiência. A funcionária da embaixada disse que Pedro Miguel Dias Fernandes não podia usar a videoconferência por não estar inscrito em França”, relatou ao JN, o advogado José Cerqueira.
O emigrante deslocou-se à capital francesa, dia 27 de maio, a pedido do tribunal, para poder ser ouvido num processo cível sobre um acidente de viação, em Vila Verde, que envolve um paraplégico. Para essa tarde, estava agendada a audição – que aconteceu – de duas outras testemunhas, estas residentes em França.
Chegada a vez de Pedro Fernandes, que fizera 600 quilómetros de viagem, a posição foi inflexível: “Não, não e não! A embaixada é só para quem vive em França!”.
Fonte: Jornal de Notícias