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A história de Carlos Ramos ou o outro 11 de setembro

No dia em que se marcam os 20 anos dos atentados de 11 de setembro de 2001, que levou à destruição das torres gémeas em Nova Iorque, há outro 11 de setembro que em Portugal, e nas comunidades, não se esquecerá nunca mais.

O BOM DIA foi entrevistar Carlos Ramos, um beirão emigrante que ia para a Suíça, no dia 11 de setembro de 1985, num dos comboios envolvidos no tristemente famoso acidente de Alcafache. Aos 25 anos, o jovem natural de Tondela não iria chegar ao destino e o acidente mudaria a sua vida para sempre.

É necessário recuar uns anos e lembrar este drama maior da história dos caminhos-de-ferro portugueses. O acidente deu-se junto ao apeadeiro de Moimenta-Alcafache, no concelho de Mangualde e envolveu duas composições de passageiros, o Rápido Internacional 314/315, complemento ao Sud Expresso, onde seguia Carlos Ramos. Este comboio fazia o serviço internacional entre o Porto e Paris, e circulava com 18 minutos de atraso e 12 carruagens. Acabou por embater de frente numa composição que fazia o serviço regional, na direção de Coimbra. com seis carruagens.

No total, viajavam nos dois comboios cerca de 460 passageiros. A estimativa oficial do acidente aponta para 49 mortos, dos quais apenas 14 foram identificados, continuando ainda 64 passageiros oficialmente desaparecidos.

Carlos Ramos, antigo conselheiro da comunidade portuguesa na Suíça e líder associativo é um dos sobreviventes e um herói de Alcafache, como escrevia há umas semanas o colunista do BOM DIA, Daniel Bastos.

Natural de Tondela, Carlos Ramos tinha decidido emigrar para a Suíça em 1985, aos 25 anos de idade. O acidente projetou Carlos Ramos do comboio, mas sabendo que havia pessoas presas dentro da carruagem, regressou ao mesmo e conseguiu salvar duas vidas tendo com o seu gesto assombroso partido as pernas e sofrido queimaduras em 70% do corpo. Seguem-se meses de internamento em Lisboa e uma história que Carlos Ramos contou esta semana ao BOM DIA e que pode ver na íntegra no vídeo abaixo.

Mas Carlos Ramos emigraria finalmente para a Suíça em 1993, já casado e com um filho de um ano, estabelecendo-se em Neuchâtel como viticultor. Tornou-se associativista, tendo liderado a Casa do Benfica, uma associação de pais, ou o centro português de Neuchâtel.

Carlos Ramos começou a trabalhar aos 13 anos em Tondela, no hospital, e agora está a preparar o regresso a Portugal para ir justamente trabalhar de novo nesse hospital que lhe deu o primeiro emprego. “Agora vou ser voluntário, para voltar ao princípio”, disse Carlos Ramos.

Veja aqui a entrevista completa do herói de Alcafache que é também um dos portugueses mais conhecidos na Suíça.

 

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