O músico Afonso Rodrigues, de Sean Riley & The Slowriders, cumpre em 2025 o objetivo de editar um álbum a solo cantado em português, e a partir desta sexta-feira é possível ouvir-se uma amostra, o ‘single’ “Já nem sei”.
Afonso Rodrigues queria “muito” fazer o disco que está ainda a finalizar. Gravar um disco cantado em português era algo que ambicionava “há muito tempo conseguir”.
“Não tanto pelos resultados que daí possam advir, mas um bocadinho por desafio pessoal, por objetivo pessoal também. Era uma coisa que eu tinha na minha lista de coisas importantes a fazer na vida e que queria mesmo fazer”, partilhou, em entrevista à agência Lusa.
A vontade de fazer coisas a solo já o acompanha há quase 20 anos, desde que fez o primeiro disco com os Slowriders.
“E mais do que fazê-las a solo, havia este desejo de escrever em português, algo que nunca tinha explorado”, contou.
Habituado a cantar em inglês, tanto em Sean Riley & The Slowriders como nos Keep Razors Sharp, confidencia que fazê-lo em português “era um bocado assustador, um bocado difícil”, porque “fugia muito” ao que dominava.
Acabou por demorar algum tempo a “encontrar esse espaço”, até que, no final de 2019, escreveu a primeira canção em português que considerou “satisfatória, razoável”, na qual tinha conseguido “chegar a um ponto de escrita aceitável”.
“Nesse momento acho que de alguma forma me convenci que era possível fazer um disco em português”, disse.
Entretanto meteram-se outros projetos – como o álbum “Life”, editado por Sean Riley & The Slowriders em 2021, e o EP “Andalucia” que gravou com Paulo Furtado (The Legendary Tigerman) em 2022 – e a estreia a solo, em português, ficou em ‘stand by’.
Até ao ano passado, quando decidiu atirar-se de cabeça ao novo projeto.
No disco, que está ainda a ser finalizado e será editado no início no primeiro trimestre de 2025, mantém-se “um sentimento, talvez uma ideia mais ligada à emoção que é passada com música”, que Afonso Rodrigues considera estar “relativamente próxima” do que habitualmente faz.
“Mas do ponto de vista de escrita e do ponto de vista musical é bastante diferente. Do ponto de vista da escrita, sendo em português é logo uma diferença muito grande, e do ponto de vista da instrumentação também é bastante diferente, porque não há propriamente uma banda, não há propriamente instrumentos acústicos”, contou.
Os arranjos dos temas ficaram a cargo de Filipe Costa, um dos fundadores, com Afonso Rodrigues e Bruno Simões (que morreu em 2016), de Sean Riley & The Slowriders.
“O Filipe fez os arranjos praticamente todos, mas são tudo coisas digitais. Não há bateria, não há baixo, não há guitarra”, revelou.
Na altura em que o álbum for editado, em vinil e digital, serão também anunciados os concertos de apresentação, que serão três: em Leiria, em Lisboa e no Porto.