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Ameaças da Rússia – Invasão da Ucrânia e consequências globais

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19 meses após o início da guerra da Rússia contra a Ucrânia, parece haver um certo conformismo com a ideia de que a guerra será longa e que poderá ainda prolongar-se por mais um ou dois anos. Mas isto é terrível e poderá ter consequências imprevisíveis para a estabilidade mundial e para a credibilidade dos valores inscritos na Carta das Nações Unidas, que todos defendemos.

Por isso, acabar com a guerra o mais rapidamente possível deve ser um imperativo moral, geopolítico e económico, assegurando ao mesmo tempo a vitória da Ucrânia e isto é muito importante sublinhar. Os 11 pacotes de sanções impostos à Rússia eram supostos garantir este objetivo.

Surpreendentemente, a Rússia mostra-se resiliente às pressões externas e tem o apoio de alguns países, alguns deles com um importante papel a nível global e regional.

Por isso, temos de perguntar quais são efetivamente os resultados das sanções a nível militar e na economia russa, e quais poderão ser as consequências a nível das relações bilaterais com os países que estão a ajudar, relativamente aos quais considero que deveríamos ser mais assertivos, visto estarem a contribuir para o prolongamento da guerra e para o aumento da desordem mundial.

Paulo Pisco

(Intervenção no painel “Ameaças da Rússia – Invasão da Ucrânia e consequências globais”, no âmbito da Conferência Interparlamentar sobre Política Externa, de Segurança e Defesa da União Europeia que teve lugar em Madrid dia 2 de outubro de 2023)

Esta publicação é da responsabilidade exclusiva do seu autor.

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