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Não há outra forma de me exprimir: estou fodido.

Vou de seis em seis meses ao médico de família, uma pessoa excelente, temos, por acaso, amigos em comum, é uma visita agradável, não demoro muito tempo a entrar e, normalmente, acabamos a consulta a falarmos de restaurantes, iguarias e só não falamos de vinhos porque nesse aspecto sou bastante ignorante. Isto tudo depois de me dizer que deveria evitar comer carme de porco, ovos, e investir em refeições horrivelmente saudáveis. Como é óbvio, o meu interlocutor sabe que isso me deixa muito angustiado e em estados de pré depressão.

Sempre que vou à consulta, uns dias antes, envio-lhe por mail os resultados das análises ao sangue e à urina, e as análises deste semestre, estão terríveis. Daí perceberem o meu estado de alma. Subiu tudo o que deveria baixar e não há nada de bom a assinalar (evitei propositadamente a palavra “positivo” porque isto na medicina, o “positivo” pode ser mau sinal”).

A minha estratégia é a seguinte, dada as consultadas são de seis em seis meses: cinco meses sempre a abrir e o último e a trabalhar paras os resultados dos exames, como os estudantes fazem na faculdade.

Os resultados dos exames são conhecidos, e como a consulta é terça, o melhor é aproveitar até lá, porque depois vai doer. Como eu nunca tenho culpa, talvez coloque as culpas no António Preto e no Silva Marques, colegas e amigos do meu médico de família, que andaram a organizar almoços excelentes e prolongados em período critico para mim, e podia colocar as culpas nestes meus amigos.

Seria uma excelente desculpa, mas como não há bela sem senão (esta máxima tem muito que se lhe diga, tendo em consideração a actual miss Portugal), podia acontecer que esses dois meus amigos, deixassem de me convidar para o que é que seja. E por isso estou lixado com este dilema.

Pedro Guimarães

Esta publicação é da responsabilidade exclusiva do seu autor.

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