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As asas da escrita

Acho importante tentar explicar-vos o porquê de eu escrever. Aprendi que as pessoas devem exteriorizar as emoções, estas tanto nos alimentam como nos destroem lentamente.

Por vezes prendem-se a nós de tal maneira que nos anulam como ser. Passamos a ser uma nuvem negra de ânsia e de dor. E como tal, e não numa perspetiva de intoxicar os outros mas sim de partilhar devemos deixá-las voar cá para fora e como numa tela de cinema assistir a esta passagem. Somos o que fazemos, não somos o que pensamos muito menos o que sentimos.

Cada um deve arranjar os seus mecanismos de libertação das emoções. Eu gosto de escrever.

Cheguei a ter medo de deixar um testemunho em papel daquilo que me vai na alma e passa pela cabeça mas como assim recear algo passageiro intrínseco ao ser humano? Não é por sentir raiva que sou uma má pessoa, não é por sentir tristeza que serei uma pessoa triste. Apenas sentimos raiva, tristeza, alegria como sentimos frio, fome ou calor. É fisiológico e incontornável.

Deixemos então que estas sensações venham e vão como breves inspirações e expirações pois precisamos delas como do ar para viver, para existirmos. Ao deixar a caneta libertar palavras no papel metaforicamente sinto-me livre, sinto-me leve. Como se num instante as emoções que outrora me fizeram escrava agora voassem e me deixassem voltar à minha essência.

Inês Araújo

Esta publicação é da responsabilidade exclusiva do seu autor.

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