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Barcelos foi a cidade escolhida para o novo filme de Gascon

O realizador português Bruno Gascon está em Barcelos a filmar a longa-metragem “Evadidos”, uma ficção distópica de um país em ditadura e cujo projeto teve de ser adaptado ao contexto da pandemia.

Bruno Gascon estará até maio a filmar a terceira longa-metragem na região de Barcelos com uma equipa de cerca de 40 pessoas, entre técnicos e elenco, numa “espécie de bolha” por causa da covid-19.

“Estamos num sítio alojados completamente isolados. E não existe mais ninguém externo que venha. É uma forma criativa de tentar fazer cinema neste momento. É a única forma, na verdade”, explicou Bruno Gascon.

“Evadidos”, produzido pela Caracol, é protagonizado pelo ator Tomás Alves, num elenco que conta ainda com Ana Bustorff, Dmitry Bogomolov, Íris Cayatte, Vítor Norte, Fernando Rodrigues, Eva Tecedeiro, João Arrais, entre outros.

A história passa-se em dois momentos temporais nos anos 1980, acompanhando duas fases da mesma personagem, Mário (Tomás Alves), capataz numa carpintaria numa aldeia, de onde é expulso e enviado “para uma espécie de cidade”, onde luta pela liberdade.

Sobre o filme, Bruno Gascon situa-o “em Portugal nos anos 1980”, mas numa realidade alternativa, repressiva e retrógrada. “É como se nos anos 1980 estivéssemos nos anos 1950 por causa desse regime”.

O realizador, que assina o argumento, explicou que já tinha este projeto há algum tempo, mas que lhe parece ser “a altura certa para o fazer, tendo em conta todos os acontecimentos na Europa e no mundo fora, da evolução da extrema-direita”.

No entanto, a história original acabou por sofrer alterações, por causa da pandemia. “Adaptei-a tendo em conta toda a realidade nova”, pensado em cenas com menos pessoas ou com menor proximidade entre elas.

Bruno Gascon está em Barcelos a rodar “Evadidos” a poucos dias de fazer a estreia mundial do filme anterior, “Sombra”, no Festival de Cinema Barcelona – Sant Jordi, em Espanha, que começa no dia 15.

“Sombra”, que se baseia em histórias reais de crianças portuguesas desaparecidas, já deveria ter tido estreia nos cinemas em 2020, mas a pandemia alterou os planos de pós-produção e exibição em sala.

Ainda assim, Bruno Gascon contou que nem sentiu muito os efeitos da pandemia na atividade cinematográfica, porque conseguiu trabalhar ainda no guião de “Evadidos” e acabar a pós-produção de “Sombra”.

“Foi mais difícil a interação de acompanhar a pós-produção. Arranjámos formas criativas de o fazer. Por exemplo, ‘online’. […] É estranho para nós fazer cinema. É um limbo”, considerou.

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