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Caldas da Rainha quer ser Cidade Criativa da UNESCO

A câmara das Caldas da Rainha lança este verão a Festa da Cerâmica, a primeira de um conjunto de bienais integrando vários eventos que sustentam a candidatura a “cidade criativa” que será apresentada à Unesco em 2020.

“Vamos desenvolver um conjunto de ações promotoras da criatividade artística que culminem, em 2020, com uma candidatura a Cidade Criativa do Artesanato e Arte Popular, disse à agência Lusa o presidente da câmara das Caldas da Rainha, Fernando Tinta Ferreira.

A autarquia está, acrescentou, “empenhada num processo de recuperação e afirmação das origens da cidade, quer pelas águas [por se tratar de uma cidade termal] quer pelo barro”, duas das áreas que servirão de base à candidatura a apresentar à UNESCO, “depois de termos desenvolvido ações a sustentem e que não deixem dúvidas no decurso da apreciação”.

A maioria das ações a desenvolver terão por base o projeto “Cerâmica, Artes e Design”, apresentado à autarquia por João Bonifácio Serra, professor coordenador da ESAD.CR (Escola Superior de Artes e Design das Caldas da Rainha) e que liderou, em 2012, o projeto Guimarães Capital Europeia da Cultura.

O projeto, a que a Lusa teve acesso, propõe ações ao nível do conhecimento (investigação cientifica, histórica e sociológica), da indústria, da renovação do artesanato cerâmico, da formação, da criação artística, do design e do turismo.

O principal evento será a realização, em 2016, 2018 e 2020, da Festa da Cerâmica, uma bienal que integrará uma fábrica nacional convidada a apresentar a sua trajetória, uma escola que proporá ‘workshops’ e um designer convidado a expor a sua obra e a dirigir uma residência artística.

A par, terá lugar uma exposição de uma coleção nacional, um simpósio internacional com três ceramistas (um dos quais estrangeiro) e uma feira de produtos cerâmicos que recuperará a antiga tradição da realização de feiras no Parque D. Carlos I.

Um fotógrafo, um compositor e um grupo de dança ou de teatro serão convidados a conceber obras sobre cerâmica, tema que dará também lugar ao lançamento de uma revista semestral.

Nos anos intercalares serão realizadas as olimpíadas da cerâmica (dirigidas a escolas de ensino superior, secundárias e profissionais) e semanas gastronómicas, entre outras iniciativas.

O projeto prevê ainda a criação de infraestruturas e a utilização de museus e fábricas da cidade no âmbito das residências artísticas que serão implementadas, a criação de um centro de documentação e o desenvolvimento de ofertas de turismo de experiencias em torno do património, da arte e do artesanato.

O projeto implica um investimento superior a 1,1 milhão de euros, dos quais a autarquia assumirá 500 mil euros e a entidade gestora (que poderá ser uma associação) se responsabilizará pelo restante, através de candidaturas a fundos estruturais e patrocínios.

A rede de cidades criativas foi criada pela Unesco em 2004 e procura desenvolver a cooperação internacional entre cidades que identificaram a criatividade como um fator estratégico de desenvolvimento sustentável.

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