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Câmara do Comércio dos Açores critica transportes entre as ilhas

A Câmara do Comércio e Indústria dos Açores (CCIA) considerou “um fracasso” a “situação do transporte” entre as ilhas, “de passageiros aéreo e marítimo, no início deste verão”, e que “abrange as três empresas tuteladas pelo Governo Regional”.

“O problema torna-se ainda mais grave, quando abrange as três empresas tuteladas pelo Governo regional, prejudicando, simultaneamente, residentes e turistas, numa altura em que muito se propala turismo de qualidade, que pressupõe serviços de qualidade”, refere um comunicado enviado às redações pela CCIA, que analisou a situação.

No caso dos transportes aéreos, a CCIA defende que “é prioritária a adoção de um novo modelo de obrigações de serviço público (OSP) inter-ilhas, mais flexível, a aplicar-se já em 2020”.

“À SATA Air Açores é cometida a missão de ser o pilar principal do desenvolvimento das várias ilhas, distribuindo pelas mais pequenas, parte dos fluxos turísticos que nos procuram, utilizando as principais portas de entrada. Além de todas as contingências operacionais ocorridas ao longo deste ano, que é demasiado para uma empresa de dimensão regional, existe, no momento, um modelo de obrigações de serviço público ultrapassado e desajustado da realidade atual, e que só termina em 2021”, lê-se no comunicado.

Quanto à Azores Airlines, que faz voos para o exterior do arquipélago, a CCIA alerta que “segue num caminho sinuoso do ponto de vista operacional, sem aviões, sem pilotos, com cancelamentos constantes em ilhas como o Faial e Pico” e com “despesas incontroláveis” e “levando a que as perspetivas para 2019 já não fujam a mais uma catástrofe financeira para a empresa, para o seu acionista, logo, para os contribuintes”.

Por isso, aquela associação empresarial considera “fundamental uma redefinição do modelo de negócio da empresa para o futuro imediato, sem o que a Região será arrastada para uma situação financeira ainda mais difícil do que a atual, com uma situação crónica de pagamentos em atraso a fornecedores”.

No caso do transporte marítimo, aponta que a Atlanticoline, empresa pública de transporte de passageiros e viaturas dos Açores, “parece já ser mais um caso incorrigível de falhas graves”, criticando que “ao fim de 20 anos ainda não tenha conseguido programar o serviço de barcos a tempo e horas”.

Além de “alugueres de última hora, a preços e condições que seguramente não serão vantajosas para a empresa”, a Câmara do Comércio e Indústria dos Açores entende que “não é compreensível que a Atlanticoline não receba indicações para praticar um planeamento plurianual, com barcos contratados para vários anos, permitindo o compromisso com horários e tarifas a tempo e horas”.

“Em condições normais, os acionistas definem objetivos, contratam administradores profissionais, comprometem-se com a disponibilização de condições necessárias e facultam-lhes a liberdade necessária para que atinjam os objetivos definidos. Entende a CCIA que este deve ser o modelo a aplicar no Setor Público Empresarial Regional (SPER), o que não está a acontecer há já demasiados anos”, frisa o mesmo comunicado assinado pela direção.

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