As abóboras têm algo de poético, mas assim no sentido inverso…
Não é à toa que foi escolhida uma abóbora para se transformar em carruagem da Cinderela.
Não é à toa que são as ‘caras’ assustadoras e ao mesmo tempo divertidas, que iluminamos no Halloween.
Elas têm qualquer coisa de estranho e misterioso…
Lembro-me que a minha mãe me contava também uma história engraçada sobre elas. Falava de um homem que conduzia uma carroça cheia de abóboras. A cada solavanco que a carroça dava, ele olhava para trás e via que as abóboras estavam todas desarrumadas. Então ele parava, descia da carroça, e colocava-as novamente no lugar. Mas, mal reiniciava a sua viagem, e dava outro solavanco, tudo se desarrumava novamente. O homem desanimava e pensava que nunca ia conseguir terminar a sua viagem!
Foi então que passou por ele outra carroça cheia de abóboras. Reparou que o homem que a dirigia seguia em frente e nem olhava para trás. As abóboras desarrumavam- se, mas organizavam-se sozinhas no solavanco seguinte.
Compreendeu que, se dirigisse a carroça na direcção para onde queria chegar, os próprios solavancos da carroça acabariam por fazer com que as abóboras se arrumassem nos seus devidos lugares.
E a nossa vida é como esta carroça de abóboras: às vezes parece que nada corre bem e as coisas não se ‘arrumam’. Desesperamos e queremos parar o caminho cheio de solavancos…
Quando termina um ano e começa outro, fazemos sempre um balanço e por vezes este nem sempre é brilhante, ou pelo menos não tanto quanto queríamos.
Talvez por isso me lembrei das histórias com abóboras, pois um dia elas vão continuar a ser ‘carruagens’, como na história da Cinderela, ou vão se ‘arrumar’, se tivermos a coragem de seguir em frente, com determinação, sem olharmos para trás.
Um feliz ano novo para todos!