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Portugal

Chega reelege Ventura com 97,3% dos votos

O presidente demissionário do Chega foi reeleito com 97,3% dos votos, percentagem que considerou legitimá-lo para as lutas dos próximos quatro anos e para dizer ao PSD que só governará Portugal com o seu partido.

André Ventura, demissionário pela segunda vez, voltou nas eleições de hoje a ser o único candidato a presidente do partido, com os resultados da votação anunciados ao início da noite pelo presidente da mesa da convenção, Luís Graça, que, contudo, não divulgou o número total de votantes.

O presidente reeleito fez depois o discurso da vitória, deixando o que chamou de “um último alerta ao PSD”, para que o partido liderado por Rui Rio entenda que só pode ganhar as eleições com o Chega e não “a dar a mão ao PS”.

Essa é a única forma, se o PSD “ainda tem esperança de ter um governo de direita em Portugal”, disse Ventura, acrescentando que o PSD não percebeu ainda “o buraco em que se meteu ao dar a mão ao PS”.

“Estarei aqui nos próximos quatro anos e é comigo que tem de pensar no próximo Governo de Portugal”, avisou.

André Ventura referiu-se várias vezes também ao que classificou como tentativa “vil” de ilegalização do Chega, avisando que o partido sairá à rua para se defender.

O líder disse que o partido nas eleições autárquicas irá concorrer sozinho, tendo como principal objetivo implantar-se em todo o país, sendo “o fiel da balança” onde não ganhar, e lutando para ter presença em todas as assembleias municipais.

Aos jornalistas, Ventura referiu ainda que vê a vitória como um estímulo e um sinal de que os militantes se reveem no projeto que corporiza, tendo ficado evidente que os críticos internos “não tiveram força para se apresentar” e que os externos também não tiveram “nenhuma capacidade de influência nos militantes do Chega”.

O partido, afirmou, tem agora quatro anos para gerir o crescimento e preparar próximos atos eleitorais.

“A partir de hoje o meu mandato é muito claro, um governo em Portugal com as cores do Chega. Não nos transformaremos nem na muleta do PSD nem no Bloco de Esquerda à direita, seremos o partido de governo que os portugueses precisam para o futuro, sem desistir das nossas bandeiras”, frisou.

Ventura acrescentou esperar que especialmente o PSD perceba o resultado das eleições, “de que não haverá cedências em questões fundamentais nem a menor cedência” em matérias como a reforma da justiça, a redução do sistema político e a reforma fiscal.

O resultado das eleições foi também um “mandato claro para enfrentar os fantasmas da ameaça da ilegalização”, vincou.

E avisou: “Aqueles que nos ameaçaram com a extinção na secretaria não terão só de enfrentar o André Ventura e a sua direção nacional que será eleita no congresso, terão de enfrentar meio milhão de portugueses que sairão às ruas e que defenderão o partido com a sua própria vida”.

Em dois anos e nove meses, desde a primeira eleição (30 de junho de 2019), André Ventura, fundador e militante “n.º 1”, candidatou-se pela terceira vez, na sequência das eleições presidenciais de 24 de janeiro, nas quais ficou na terceira posição.

O jurista e antigo conselheiro nacional do PSD, de 38 anos, demitiu-se por ter falhado os objetivos de ficar à frente da ex-eurodeputada socialista Ana Gomes e de forçar o chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, a uma segunda volta.

André Ventura já se tinha demitido uma primeira vez em abril de 2020, justificando-o com a contestação interna devido à sua abstenção no parlamento sobre a renovação do estado de emergência em virtude da pandemia de covid-19.

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