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CIM Leiria pede que fundos comunitários não fiquem só em Lisboa

O presidente da Comunidade Intermunicipal (CIM) da Região de Leiria desafiou a que os fundos comunitários sejam aplicados fora da Área Metropolitana de Lisboa e distribuídos pelo resto do país para evitar desequilíbrios.

“O país desenvolve-se de uma maneira muito desequilibrada. Estamos muito focados no desenvolvimento da Área Metropolitana de Lisboa. Se não conseguirmos desviar as atenções políticas e económicas dos fundos para o resto do país, vamos cavar um fosso enorme com os fundos ao nosso dispor”, afirmou Gonçalo Lopes, no encerramento do I Fórum Autárquico da Região de Leiria.

Caso isso não suceda, Gonçalo Lopes considerou que o “destino será cada vez mais o desequilíbrio e o fosso no país”.

O presidente da Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria (CIMRL) salientou ainda que as autarquias têm sido “fundamentais” no desenvolvimento do país, “não só pelo processo de descentralização, mas pelas responsabilidades que têm assumido nos últimos anos em não criar dívida pública e em desenvolver o país”.

Gonçalo Lopes destacou também o “papel decisivo” das juntas de freguesia”, pelo “conhecimento” e proximidade do autarca de freguesia “para a estratégia do país”.

A presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC), Isabel Damasceno, acrescentou que o “balanço final” da utilização dos fundos europeus “é extraordinariamente positivo e o país transformou se do ponto de vista de infraestruturas” e das empresas.

“É assim em toda a região Centro? Não. Mas é assim na região de Leiria, que soube aproveitar e é uma região de sucesso e campeã em muitas coisas, porque tem instituições absolutamente impecáveis do ponto de vista das suas competências”, sustentou.

A responsável pelos fundos comunitários do Centro destacou ainda o dinamismo e qualidade da CIMRL, do Instituto Politécnico de Leiria – “um dos melhores do país, se não o melhor” – e da associação empresarial.

Por isso, considerou que não é surpreendente quando os dados colocam Leiria em primeiro lugar, quase a par com Aveiro, ao nível da execução. “Percebe-se isso porque Leiria tem uma capacidade empreendedora dos seus agentes económicos, que é algo de profundamente anormal, no bom sentido”, reforçou.

Relativamente à descentralização, Isabel Damasceno defendeu que é uma “evidência” e “está claro para toda a gente, que as instituições mais próximas desempenham melhor o seu papel e conhecem melhor as necessidades e as exigências dos cidadãos”.

Para a presidente da CCDRC, é “absolutamente essencial” que a descentralização “aconteça também com as freguesias”, “uma das riquezas do país”.

Respondendo a algumas críticas, Isabel Damasceno disse ainda que a “transferência de serviços para as CCDR tem uma grande vantagem, que é da coordenação, da complementaridade e do pensamento conjunto”.

“Se essa descentralização para as CCDR correr mal então a regionalização acabou mesmo. Mas estou convicta de que, paulatinamente, as coisas irão correr bem, porque há esta visão integrada, de agregação de serviços poderá facilitar a articulação que é necessária e depois o reforço dos instrumentos territoriais, sobretudo no trabalho que as comunidades intermunicipais vêm fazendo ao longo dos anos”, concluiu.

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