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Consulado em Caracas de cara lavada

O Consulado-geral de Portugal em Caracas renovou a sua imagem, o mobiliário da sala de espera e o parque informático, uma iniciativa que procura atualizar as instalações onde, nos últimos 26 anos, foram atendidos mais de um milhão de utentes.

“A inauguração do mobiliário da sala de espera e a renovação da imagem é um marco importante na história do Consulado”, disse o cônsul-geral de Portugal em Caracas, Ricardo Cortes.

Estas declarações à agência Lusa, em Caracas, foram feitas no âmbito da cerimónia que marcou o lançamento da nova imagem do Consulado, durante a qual cônsul-geral explicou que está na Venezuela uma equipa técnica a fazer uma renovação completa do parque informático.

Durante o evento, Ricardo Cortes fez “uma reflexão sobre os 26 anos” de atenção aos utentes que passaram pelas atuais instalações, inauguradas em 1997.

“É difícil colocar números aproximados num consulado com a dimensão do de Caracas”, mas, “calculando apenas uma média de 200 utentes por dia, 200 dias úteis por ano, chegamos facilmente – e por baixo – à estimativa conservadora de que esta casa atendeu mais de um milhão de utentes”, disse.

Segundo Cortes, os atendimentos telefónicos, a única forma de acesso remoto antes da Internet, representaram também mais de um milhão de chamadas, e o correio eletrónico permitiu responder a mais de um milhão de dúvidas.

Muitos portugueses também inscreveram os filhos no consulado, acrescentando Ricardo Cortes que não há dados sobre o total de nacionalidades registadas, embora nos últimos 10 anos tenham atingido os “30 mil”.

“Foram milhares os ‘BI’ [bilhetes de identidade], feitos e entregues na hora”, sublinhou o cônsul-geral em Caracas, recordando que agora o ‘BI’, o cartão de cidadão, é mais moderno, mais seguro, mas mais complexo, feito em Portugal e tem uma ‘carta PIN’, com diferentes códigos pessoais.

Ricardo Cortes recordou que existe uma grande conexão com Portugal, em particular com a Madeira, e elencou as procurações como os atos consulares mais importantes dentro do notariado, como os casamentos, a declaração de óbitos e trasladação de cadáveres, requeridos por milhares de utentes.

“No apoio social, as pessoas têm sido atendidas de forma presencial, ou nós deslocamo-nos a casa do utente. São situações de grande vulnerabilidade. Temos um departamento dos mais sensíveis. Boas e acolhedoras instalações, uma renovação da imagem trarão um novo alento (…). Para eles necessitamos de um espaço mais acolhedor e de privacidade. Essa é a nossa obrigação”, frisou.

O diplomata lembrou que as paredes do consulado testemunharam alegrias e tristezas: “Felizmente grande parte das pessoas têm muito boa inserção na sociedade de acolhimento, mas nem todos os casos são assim”.

Algumas funções deixaram de se fazer nos consultados, entre as quais a troca de cartas de condução, lembrou.

Ricardo Cortes recordou ainda a importância do Consulado durante a pandemia da covid-19, na concretização de voos humanitários e explicou que, com o crescimento digital, “há uma mudança de ‘pele’ em curso” que tem influenciado os atendimentos presenciais.

“Em 1997, mais de 50% do atendimento era [feito a] portugueses de primeira geração, mas há uma mudança significativa e hoje 80% dos utentes são lusodescendentes da segunda e terceira gerações”, disse.

O parque informático, segundo o cônsul-geral, precisava de ser melhorado, uma vez que funcionários e utentes sofriam com a lentidão. Por isso, na Venezuela está uma equipa informática a fazer uma renovação completa na Embaixada e nos dois consulados-gerais (Caracas e Valência).

Ricardo Cortes agradeceu ao Estado português, aos decisores de Lisboa, ao Ministério dos Negócios Estrangeiros, à Direção Geral da Administração, a equipas técnicas e consulares e ao anterior cônsul, José Fernando Moreira da Cunha, que em 1997 impulsionaram a mudança para as novas instalações.

O embaixador João Pedro Fins do Lago, presente na sessão, vincou que aquele consulado “cobre mais de 50% da comunidade” lusa local e que “é, portanto, importante a imagem que transmite”.

“O leque de competências deste consulado é muito vasto, evolui e adapta-se, navega na ‘crista da onda’ em termos de modernidade (…). Mas, sobretudo, marca a sua presença, a proximidade que tem à comunidade”, disse.

Entre as necessidades a que responde, destacou o apoio social, em que o consulado “tem um papel muito importante a desempenhar”.

“Os portugueses e os lusodescendentes vivem este país como seu também (…). Quando este país está alegre, também está a comunidade e com ele prospera. E quando passa dificuldades, a comunidade sente isso diretamente”, explicou, frisando que, “fruto de anos difíceis, nos últimos tempos (…), foi surgindo uma fatia maior de pessoas carenciadas na comunidade”.

O embaixador felicitou o cônsul-geral e a sua equipa “pelo excelente trabalho que tem feito, pela modernidade que está a dar ao consulado”, e recordou que recentemente foi reforçada a equipa consular e diplomática, com um novo adido social.

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