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De Barcelos para as grandes produções de cinema e televisão mundiais

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Natural de Vilar de Figos, em Barcelos, mudou-se para o Reino Unido com os pais quando tinha 12 anos. Não se esqueceu das raízes e continua a visitar Portugal várias vezes por ano, sobretudo para aproveitar o verão português.

No ensino secundário, Tiago Faria tirou um curso de multimédia, já com o intuito de seguir para o mundo do cinema. Tiago sempre teve uma relação próxima com esta arte: lembra-se até de fazer filmes com os primos, durante a infância. 

Chegada a altura de entrar na universidade, ainda ponderou se deveria tornar-se realizador, porque gostava de criar as suas próprias histórias e passava horas a imaginar novos universos. No entanto, percebeu que muitas das suas criações precisariam de efeitos especiais. A paixão sempre esteve lá, mas demorou a descobri-la. “Na universidade continuei a fazer o que tinha feito no secundário, mas afunilei mais neste ramo”, recorda. “Talvez o meu interesse não fosse escrever ou ser realizador, mas sim ajudar a contar uma história”, contou à NiT.

Quando acabou o ensino superior, teve dificuldade em arranjar trabalho. A faculdade deu-lhe as ferramentas globais, mas não se conseguiu especializar numa área específica. Sabia, porém, que não podia desistir. Durante cerca de três meses, fez um curso intensivo que lhe ofereceu tudo o que precisava.

O primeiro trabalho não foi numa curta-metragem ou num filme independente de baixo orçamento. Foi, sim, num fenómeno da cultura popular: os “Teletubbies”. Para se candidatar ao cargo, apenas teve de enviar um best off dos seus projetos. Passados poucos dias, a produtora entrou em contacto para lhe oferecer um estágio. Inicialmente, era suposto ficar apenas um mês, mas acabou por passar lá sete. No final, decidiu que estava “preparado para outra aventura”.

Os programas para miúdos ficaram para trás e começou a apostar nas séries e filmes, especialmente dentro dos géneros dos dramas e de época. “Tinham outro tipo de qualidade e expectativas maiores do público”, confessa. Tiago Faria entrou na produtora Union e começou a trabalhar em “Steve Jobs”, uma obra sobre o fundador da Apple, que foi lançada em 2015.

Naquela empresa, participou em vários êxitos mundiais, como “Mamma Mia 2”, “Trainspotting 2”, “Radioactive” e “Três Cartazes à Beira da Estrada”, um dos filmes mais elogiados de 2017 — recebeu dois Óscares e tem uma avaliação de 90 por cento. “Foi muito bem acolhido pela comunidade.”

Tal como é habitual nesta área, o português foi subindo os degraus da hierarquia ao longo do tempo. Agora, tem uma própria equipa na BlueBolt, uma empresa de menor dimensão sobre a qual apenas diz coisas boas. “Temos uma gerência que nos permite ter um bom balanço entre a vida e o trabalho.” 

Na pré e pós-produção, Tiago Faria costuma estar no escritório a orientar os colegas. Quando está no set, o horário depende dos produtores e restante equipa. Uns dias antes das gravações, recebe um documento para se preparar. Por vezes trabalha das 10 às 18 horas; outras fica lá das 22 horas às cinco da manhã.

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