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“É preciso dizer à EasyJet que Portugal não é um país de segunda”

© Lusa

A coordenadora do BE, Mariana Mortágua, defende que é preciso “dizer à EasyJet que Portugal não é um país de segunda”, e considera que o Governo não pode permitir que esta empresa “vá contra a lei no direito à greve”.

No último de cinco dias de greve dos tripulantes de cabine da EasyJet, Mariana Mortágua deslocou-se ao aeroporto de Lisboa para prestar solidariedade a estes trabalhadores, criticando a empresa de aviação por preferir “cancelar voos e afetar a sua operação a reunir e a dar condições de trabalho”.

“É preciso dizer à EasyJet que Portugal não é um país de segunda. Não pode chegar à Alemanha, à França ou ao Reino Unido e pagar aos seus trabalhadores dois mil, três mil, quatro mil euros e depois chegar a Portugal e, por mais horas de trabalho, pagar um salário mínimo ou pagar um salário de mil euros”, considerou.

Na opinião da líder do BE, além da companhia aérea, também “o Governo tem responsabilidades”.

“O Governo não pode permitir que uma empresa com esta dimensão, com esta responsabilidade, depois de ter ficado com os ‘slots’ da Portela, trate assim os seus trabalhadores e sobretudo que incumpra a lei, que vá contra a lei no direito à greve”, disse.

Para Mariana Mortágua, é preciso “aumentar os salários destes trabalhadores” e os tripulantes de cabine em greve “estão cobertos de razão”.

É preciso “fazer um repto ao Governo para que se mobilize junto da EasyJet, para que cumpra a lei e fazer pressão para que a EasyJet saiba que Portugal não é um país de segunda. Tem que pagar salários dignos aqui”, enfatizou.

A coordenadora do BE afirmou ainda que tem que se rejeitar que Portugal seja “uma economia de baixos salários”, considerando que a EasyJet é um exemplo desse tipo de economia.

“Uma grande empresa, que chega a Portugal, que diz que é uma companhia de bandeira, que se instala no aeroporto de Lisboa, que consegue ‘slots’ que eram da TAP e que depois paga aos seus trabalhadores salários indignos”, criticou.

Mortágua condenou ainda a “intransigência relativamente à greve” por parte da empresa, que acusou de “estar a coagir os trabalhadores para não fazerem greve, de usar métodos ilegais para tentar impedir os efeitos da greve”.

O presidente do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) tinha instado hoje a EasyJet a apresentar uma proposta “no mínimo trabalhável” aos tripulantes de cabine, em greve desde sexta-feira com adesão de 90%.

“Ninguém faz uma greve de ânimo leve. Lamentamos o transtorno que estamos a causar aos passageiros. É importante que a empresa perceba que com este desgaste não vai a lado nenhum e está a prejudicar todas as partes envolvidas e que apresente uma proposta séria que nós possamos dizer que é trabalhável”, disse Ricardo Penarróias.

Em declarações à agência Lusa, no último de cinco dias de greve, que levou ao cancelamento de centenas de voos e ligações, o presidente SNPVAC lamentou que a empresa “tenha optado por sair da mesa de negociações”, garantindo que o sindicato e os trabalhadores estão disponíveis para retomar o diálogo.

“A empresa é que saiu da mesa de negociações. Nós nunca saímos. Esperemos que depois da greve, a empresa apresente uma proposta mais próxima daquilo que pretendemos”, referiu.

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