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Emigrante português nos EUA investe um milhão na Ilha do Pico

Stephen Manuel Maciel © Facebook

Stephen Maciel é filho de emigrantes portugueses na Califórnia, nos Estados Unidos e, aos 45 anos, vai investir um milhão de euros na ilha do Pico, nos Açores, terra natal dos pais para atrair turistas e locais.

Stephen Maciel foi um dos 600 empresários portugueses, oriundos de 35 países, presentes no III Encontro de Investidores da Diáspora que vai decorrer até sábado em Penafiel, no distrito do Porto, organizado pela Comissão Intermunicipal do Tâmega e Sousa.

Nascido na Califórnia, para onde haviam emigrado os pais, regressou à ilha do Pico aos cinco anos e ali se manteve até aos 25, ocasião em que regressou aos Estados Unidos para se aventurar no mercado do trabalho.

“Fiz de tudo, trabalhei numa peixaria, fui condutor de autocarro escolar e depois decidi ter formação superior e há 10 anos que sou proprietário de um notário, fazendo a ligação entre as instituições bancárias e os clientes na compra e venda de propriedades”, descreveu o emigrante português.

Assumindo que a vontade de investir nos Açores “é uma questão de amor à terra”, enfatizou que no seu íntimo pensa no “futuro das filhas, que também adoram os Açores, para que ganhem raízes” em Portugal.

Dando conta de estar a preparar um “investimento de um milhão de euros na Ilha do Pico” que se vai traduzir “num restaurante diferente, inovador e que a nível arquitetónico vai fazer a diferença na ilha”, fez questão que a obra fosse do arquiteto do Porto, Fernando Coelho.

Aproveitando o restaurante então aberto pelos pais quando há 40 anos regressaram à terra natal e situado a 50 metros do mar, num lugar “com uma vista fenomenal para a vila das Lajes do Pico”, o empresário quer fazer nascer um espaço com “uma arquitetura mais moderna e contemporânea”.

E porque considera a “qualidade dos produtos dos Açores excecional” e quer fazer das noves ilhas e de Portugal o seu “mercado abastecedor”, Stephen Maciel quer, sobretudo, compatibilizar a “matéria-prima da ilha com o requinte”, uma vez que o alvo “não são apenas os turistas, mas também os locais”.

O investimento vai criar, pelo menos, 15 postos de trabalho, disse o português que projeta começar as obras do novo restaurante entre março e abril de 2019 e a sua conclusão para um ano depois.

E com a rentabilização no topo das prioridades, mais do que a fiscalidade em Portugal, é a “pouca frequência de voos para o Pico, a partir de Lisboa, no inverno”, que disse mais o preocupar e que o vai levar a um esforço de “sensibilização do governo regional”.

Numa conversa à margem de um encontro em que a fiscalidade foi um dos pontos em que os membros do governo presentes acentuaram estarem a ser estudados e previstos apoios ao investimento, o empresário português afirmou “sentir-se confortável” com a realidade que se pratica em Portugal “apesar de o IVA ser um pouco alto”.

“Por outro lado, e se formos ver a realidade, em termos de apoios Portugal e neste caso, os Açores, se calhar no mundo não há país que dê os incentivos que são dados à diáspora e não só”, elogiou ainda que com a ressalva de que “nem sempre essa informação chega fora do país”.

E prosseguiu: “não digo abrir um centro de apoio, mas de vez em quando fazer chegar lá alguém que passasse a informação e, principalmente para os jovens, sobre as possibilidades de investimento”.

Seguro de que é nos Açores que quer viver a sua reforma, preocupa-o neste momento “criar as condições para as filhas virem também para Portugal”, um outro tipo de investimento que, sublinhou, “está a ser feito por elas ao aprender português e um pouco da história do país”.

Da costa oeste dos Estados Unidos “é complicado” viajar para Portugal, mas com “a TAP a anunciar para breve um voo direto de São Francisco para Lisboa” essa realidade pode “mudar muito” os constrangimentos que, resolvidos, “ajudariam muito quem quer viajar dos Estados Unidos para os Açores”.

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