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França representada por um português no “mundial” de cabeleireiros

O cabeleireiro português Mário Lopes, membro da direção da rede internacional Haute Coiffure Française, vai representar França no concurso “International Beauty Stylist 2015”, em Paris.

“Este é um dos únicos prémios internacionais bastante reconhecido pela imprensa da moda. A maior parte dos concursos que existem a nível internacional são mais técnicos e mais internos à profissão. Este é mais livre e virado para a moda. São 47 países que participam e foram apurados 23”, declarou o cabeleireiro à Lusa no seu salão da Avenue Mozart, na capital francesa, precisando que concorreu associado com a filha Élodie e que foram os escolhidos para representar França.

A associação do pai, 58 anos, e da filha, 28, em torno da marca “Mário Lopes” é uma estratégia lançada em janeiro deste ano com a abertura de um segundo salão na Rue du Colisée, no oitavo bairro de Paris, tendo como objetivo autonomizar a marca no futuro e exportá-la para Londres e Nova Iorque.

“Ela é muito mais nova do que eu, tem uma maneira de ver um bocadinho diferente e completamos a parte mais rigorosa, técnica e clássica, misturada com a parte mais moderna e vanguardista”, descreveu Mário Lopes, sublinhando que o negócio abrange também a outra filha, Marina, que apesar de não saber “pegar numa escova” é quem gere a marca, e Isabel, a esposa, que dirige o trabalho no salão da Avenue Mozart.

Mário Lopes cultiva a discrição ao proteger os nomes dos famosos que vão ao seu salão, no luxuoso 16.° bairro da capital francesa, sugerindo apenas que alguns deles se encontram nas revistas femininas e que há quem privatize o espaço. Ainda assim, o cabeleireiro conta já ter penteado Carla Bruni para uma sessão de fotografia – antes de ela ser esposa do ex-presidente francês Nicolas Sarkozy – e que atualmente penteia o filho da antiga primeira-dama até porque o casal Sarkozy é vizinho do salão.

O cabeleireiro chegou a França, de táxi, com a mãe, em 1976, porque “o pai não tinha carta de condução” e já estava há algum tempo emigrado. O adolescente tinha apenas 13 anos e foi um ano mais tarde que descobriu a vocação para cortar cabelo quando começou a estagiar no barbeiro do pai porque “não tinha físico para acartar baldes de massa” nas obras.

Aos 20 anos, e com os devidos diplomas profissionais na mão, Mário Lopes abriu o seu primeiro salão em Bondy, nos arredores da capital parisiense mas, com o passar dos anos e com a degradação do bairro, decidiu tentar a aventura em Paris.

Em 2003, abriu o salão da Avenue Mozart, em 2006 e em 2011 foi eleito melhor cabeleireiro de França, distinções a que se junta a anterior entrada na Haute Coiffure Française em 1990 e, mais tarde, no comité de direção desta rede internacional implantada em 42 países e que integra 1300 salões de cabeleireiro.

A memória é um elemento fundamental na sua vida, seja por assumir uma identidade portuguesa e “um passado diferente” num país onde se sente “integrado por procuração”, seja por ter criado uma imagem de marca baseada no conceito de “uma certa memória” desenhada no corte de cabelo que faz com que “quer se faça um brushing ou quer se deixe o cabelo natural” surja sempre a linha definida pelo pente e tesoura.

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