De que está à procura ?

Comunidades

Freira portuguesa passou sete anos a ajudar seropositivos em Moçambique

A irmã Maria José Basílio, Franciscana Missionária de Maria, partilhou com a Agência ECCLESIA a experiência de sete anos de missão em Moçambique, na área da saúde e educação onde foi possível “servir o irmão, o mais pobre e mais simples”. “A missão é servir Deus no irmão, no mais pobre e mais simples e acreditem que vale a pena”, conta a religiosa.

A Franciscana Missionária de Maria esteve em missão no sul de Moçambique, na Namaacha, onde trabalhou num projeto de apoio a doentes seropositivos.

“Trabalhei num projeto financiado pela Cáritas australiana, financiava doentes de HIV SIDA e distribuía um kit de bens alimentares, era preciso reunir com eles uma vez por mês para dar formação, espiritual e humana”, afirma.

Maria José Basílio recorda como era “essencial a ajuda e encorajamento para fazerem o tratamento até ao fim”. “O tratamento era doloroso, dá fome e depois muitos não tinham o que comer e preferiam não tomar o medicamento o que não era nada bom, porque cada vez que deixavam era retroceder muito”, explica.

As religiosas formaram um “grupo de mamãs” que tiveram formação e davam apoio na visita aos doentes e suas famílias.

“O grupo de mamãs trazia-nos realidades muito complicadas, às vezes uma mãe estava a fazer os tratamentos às escondidas do marido, e era preciso fazer compreender ao marido que era necessário o tratamento, sem ofender”, aponta. Além desta área da saúde a irmã Maria José Basílio também dedicava o seu tempo às crianças do centro infantil.

“Vinham de segunda a sexta-feira em dois turnos, fazíamos diferentes atividades, eles iam à horta para aprender a fazer adubos biológicos, faziam viveiros de alface, couve, amendoim, milho, pêra abacate”, refere.

No seu percurso vocacional a entrevistada foi tocada pela experiência de “trabalhar com crianças orfãs, na zona de Barcelos”, uma marca que carrega consigo e a faz sentir que “estar com os outros que não têm nada e dar carinho e amor, é a melhor parte”.

“As crianças ainda aprendiam pequenos trabalhos manuais, como os bordados, e tinham tempo para eles brincarem porque, em casa deles, têm muitas tarefas e não tinham tempo para a brincadeira, além disso, como eram famílias muito carenciadas procurávamos que tivessem ali o seu caderno, livro, canetas e lápis”, partilha.

Atualmente a religiosa está em Portugal, onde continua a sua missão no trabalho com crianças numa instituição em Lisboa.

#portugalpositivo

 

TÓPICOS

Siga-nos e receba as notícias do BOM DIA