Seja na cidade ou seja no mato,
Ela faz de mim gato e cachorro.
Quando alguém a fere, eu trato,
Se no escuro da noite sou o seu gato,
ou sou o seu cachorro durante o dia,
na outra noite, se ela quiser eu lato,
Com as finas unhas ela me arranha,
Sua doce boca me beija e me morde.
Quando diz “sou tua!”, ela me ganha
Pra deixá-la feliz, por ela eu mato,
Se morrer for preciso, por ela eu morro.
Por ela sempre “caio como um pato”:
Quando quer, ela me faz de suave osso,
Outras vezes me transforma em ratinho.
E me sussurra que sou o seu colosso,
Se de leve me chama, o meu peito mia;
Se correndo me grita, uivando eu corro.
O coração bate com “animalesca” alegria
ouço suavíssimo ronronar o seu peito
e o seu coração bramir me pedindo socorro,
sou metade gato e metade cachorro.