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Governo Açoriano reconhece sacrifício dos trabalhadores da SATA

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O presidente do Governo dos Açores, José Manuel Bolieiro, deixou esta terça-feira uma “palavra de reconhecimento” e “gratidão” aos trabalhadores da SATA, que realizaram “sacrifícios” para “salvar a empresa”, e enalteceu a “paz social” na reestruturação da transportadora aérea.

Em declarações à agência Lusa e à Antena 1, o líder do executivo açoriano (PSD/CDS-PP/PPM) reagiu ao anúncio de que 100 trabalhadores já saíram da companhia aérea SATA desde que foi lançado o primeiro programa de rescisões, em 2020, estando previstas mais 50 saídas até final de 2023.

“Uma palavra de reconhecimento, apreço e até mesmo de gratidão a todos os trabalhadores da SATA que, compreendendo a dificuldade pela qual passa a empresa, deram de si o melhor em benefício da sustentabilidade e salvação da empresa, mesmo quando tiveram de fazer alguns sacrifícios”, declarou, à margem de uma audiência na sede da Presidência, em Ponta Delgada.

José Manuel Bolieiro enalteceu ainda a “paz social” vivida na companhia aérea, lembrando que o atual executivo regional, que tomou posse em novembro de 2020, recebeu como “legado” um “problema grave e complexo” devido à situação da empresa.

“É uma vitória dos trabalhadores em primeiro lugar, da administração e do compromisso coletivo que todos devemos ter para dar sucesso a uma empresa que é decisiva, sobretudo no que diz respeito às ligações interilhas, para a mobilidade dos açorianos”, reforçou.

Na segunda-feira, o presidente da SATA, Luís Rodrigues, revelou que cerca de 100 trabalhadores já saíram da companhia desde que foi lançado o primeiro programa de rescisões, em 2020, e que outros 50 funcionários deverão sair até final de 2023.

Luís Rodrigues adiantou ainda que a reestruturação do grupo contempla uma redução de 10% nos salários, mas não prevê despedimentos coletivos, e destacou que a administração está em “contacto permanente com os sindicatos”.

O presidente da transportadora revelou também que o aumento do preço dos combustíveis torna “mais difícil” o grupo ter lucros em 2022, realçando que os encargos com combustível “mais do que duplicaram” no último ano.

Segundo disse, a administração da SATA pretendia que o grupo tivesse lucros em 2022, apesar de o Plano de Reestruturação só prever a obtenção de resultados positivos em 2023.

Luís Rodrigues realçou igualmente que, de janeiro a junho de 2022, registou-se o “melhor primeiro semestre de sempre” da SATA em termos de receita e que os resultados operacionais da companhia estão “em linha com o Plano de Reestruturação”.

Em 14 de junho foi anunciado que a SATA teve em 2021 um resultado antes de juros e impostos positivo e um resultado líquido negativo de –57,4 milhões de euros, uma melhoria de mais de 30 milhões face a 2020.

Em 07 de junho, a Comissão Europeia aprovou uma ajuda estatal portuguesa para apoio à reestruturação da companhia aérea de 453,25 milhões de euros em empréstimos e garantias estatais.

As dificuldades financeiras da SATA perduram desde pelo menos 2014, altura em que a companhia aérea detida na totalidade pelo Governo Regional dos Açores começou a registar prejuízos, agravados pelos efeitos da pandemia de covid-19, que teve um enorme impacto no setor da aviação.

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