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Honda Civic Type-R: o melhor tração dianteira do mundo?

É fácil entender porque é que muitos entusiastas dos automóveis preferem os automóveis japoneses aos europeus ou americanos, mesmo que não sejam tão elegantes e “chiques” como algumas opções europeias. Os automóveis desportivos japoneses, tem de um modo geral um aspeto bastante “berrante” e desportivo, alguns primam pela elegância e outros são peritos em “dar nas vistas” como tem sido a linhagem Type-R com as duas últimas gerações.

Foi a fiabilidade e a mecânica resistente que tornou os Honda Type-R em desportivos de referência. Basta abrir o Youtube para ver a quantidade de “invenções” que há com motores Honda, a variedade é a palavra de ordem e há para todos os gostos, desde Hondas Civic EG6 a fazerem melhores tempos que Ferraris em “track day”, aos Honda Civic mais antigos com potências inacreditáveis. E é sabido que metade dessas “invenções” não durariam muito tempo se não tivessem por base motores japoneses: é uma “realidade automóvel”.

A fiabilidade e a quantidade de componentes “aftermarket” levou a que o Honda Civic Type-R fosse um automóvel bastante atrativo para todos os tipos de cliente; um CARRO comprado por entusiastas de várias idades e com vários propósitos. Já vimos um senhor de 70 anos a conduzir a anterior geração do Honda Civic Type-R e é costume ver o autódromo do Estoril cheio de Hondas Type-R; o que quer dizer que quem adquire um automóvel destes pode ter várias intenções, tanto usá-lo para passear ao fim-de-semana ou usá-lo para o dia-a-dia, mas também para o artilhar até aos dentes sem que este lhes dê grandes chatices na hora de ir para a pista.

A Honda com esta nova geração colocou a “carne toda no assador”. O Honda Civic Type-R FK8 tem o aspeto mais radical de sempre, o que poderá retirar alguns clientes ao modelo; por exemplo alguns executivos que não queiram chegar a um local mais formal a dar “demasiado nas vistas”. Contudo, esta é provavelmente a geração do Honda Civic Type-R que mais perfeita está: é possivel com este automóvel “passear sem grandes chatices” e entrar num “track day” sem andar a desmontar meio carro, até porque os 320cv de potência são mais do que suficientes para intimidar alguns Porsches que se metam no caminho!

A Honda já foi uma marca mais “comedida” no que toca ao design dos seus automóveis desportivos: o logo “vermelho” da marca traduz-se rapidamente num automóvel sedento de rotações, aceleradelas e barulho, mas a Honda já os fez sem darem tanto nas vistas. Falamos de duas gerações específicas: o Honda Civic EP3 e o Honda Civic FN2.

O Honda Civic Type-R FK8 não está para meias medidas; a Honda disse: “ou é, ou não é!” e a nosso ver sairam-se muito bem!

O design desta nova geração é absolutamente magnifico, não só o do modelo desportivo Type-R, como também o dos modelos mais convencionais que é capaz de colocar a um canto certos automóveis europeus. Há quem diga que todo o “alarido” é demais, mas a Honda revelou que há razões para cada um dos apetrechos que encontramos ao longo de toda a carroçaria, cremos que não seria tão engraçado e interessante se assim não fosse, tirando quando circulamos a uma velocidade normalíssima na estrada e vem um “Zé do boné” a tentar “picar-vos” a todo o instante.

Face ao Honda Civic “normal”, O R tem uma série de acessórios que distinguem bem esta versão mais espigada. Na dianteira temos o logo da Honda a vermelho, que é já típico dos modelos desportivos da marca, entradas de ar maiores, um lábio dianteiro em carbono, entradas de ar nas extremidades do pára-choques dianteiro para arrefecimento da travagem, e amais uma no capô que é bastante vistosa. Os guarda-lamas são mais largos, incluem saídas de ar e oferecem ao Honda Civic Type-R um aspecto ainda mais radical e musculado. Nas laterais são visíveis as saias bastante salientes, há entradas e saídas de ar e a zona da ilharga é bastante musculada. No tejadilho junto à tampa da bagageira destacam-se uns apêndices aerodinâmicos e uma asa traseira de dimensões bastante generosas. O difusor desportivo com acabamento carbono tem, não duas, mas três saídas de escape colocadas ao centro.

Outros destaques incluem as jantes de 20 polegadas envolvidas em pneus 245/30, os discos ventilados e perfurados na dianteira, as pinças de travão da Brembo vermelhas, a antena “shark”, vidros traseiros escurecidos, ópticas full-led na dianteira e traseira, entre outros.

O interior também é diferente das versões convencionais. Há abundância de aplicações em carbono e alcantara e o volante é em pele vermelha e preta com pesponto vermelho. Temos duas bacquets vermelhas, como é habitual nos modelos Type-R e, neste caso, estas oferecem um apoio lombar de excelência e um conforto pouco comum neste tipo de assentos.

É fácil sentir-se bem ao volante do novo Honda Civic Type-R, não só pela potência e disponibilidade que se espera neste tipo de automóveis, como também por ter um conforto digno de registo. Consegue-se realizar uma viagem longa sem ter de contratar um osteopata como acontece em alguns automóveis desportivos. Este facto torna o Civic Type-R num automóvel utilizável no dia-a-dia.

A posição de condução é excelente e quando aliamos a boa maneta da caixa de velocidades à boa pega do volante, podemos dizer que é “ouro sobre azul”, enquanto que os pedais alinhados são a cereja no topo do bolo, uma vez que facilitam bastante a utilização de técnicas de condução como a travagem com o pé esquerdo ou o ponta-tacão.

Para além do conforto, do design desportivo e da boa posição de condução, o Honda Civic Type-R está dotado com todos os equipamentos que temos no modelo convencional: ar condicionado automático de dupla zona, câmara de ajuda ao estacionamento traseiro, sensores de chuva e luminosidade, chave mãos-livres e ainda um painel de instrumentos bastante completo com ecrã colorido e uma série de menus e informações que só estão disponíveis no Honda Civic Type-R como o cronómetro de voltas, entre outros.

A nova geração do Honda Civic Type-R esconde debaixo do capô um motor 2.0 litros de 4 cilindros em linha, turbo com 320cv de potência às 6500rpm e 400Nm de binário entre as 2500rpm e 4000rpm, a potência é enviada para as rodas dianteiras através de uma caixa manual de 6 velocidades. É aqui que encontramos toda a arte! 320cv às rodas dianteiras, há 10 anos atrás seria uma loucura, hoje em dia, a Honda provou com o Civic Type-R que há desportivos de tração dianteira capazes de intimidar carros de tração integral e de tração traseira, através de um excelente conjunto.

Esta receita permite ao Honda Civic Type-R uma aceleração dos 0 aos 100km/h em apenas 5,8 segundos e uma velocidade máxima de 272km/h.

Em tempos seria difícil segurar um automóvel com 320cv às rodas da frente, mas hoje em dia sentimo-nos estupefactos pela facilidade com que se conduzem automóveis desportivos, principalmente quando se fala em veículos que conseguem ter um excelente comportamento em conduções mais comedidas. O Honda Civic Type-R é um verdadeiro Honda desportivo, os 320cv estão lá e sentem-se quando as rotações sobem bastante, é ai que se percebe que não é qualquer um que leva o Civic Type-R aos limites, o pé no acelerador não se coloca “à maluca” quando saímos das curvas, porque a potência está lá e pode facilmente “virar-se contra o dono”. Contudo, bem conduzido, o Honda Civic Type-R tem um comportamento e inserção em curva dignos de registo e quem sabe se não curva até melhor que muitos desportivos de tração traseira. O segredo é o aumento da rigidez torcional em cerca de 38% face à anterior geração, um aumento que se deve a um chassi mais robusto e a uma suspensão melhorada.

Há alguns “truques” no Honda Civic Type-R que nos ajudam a tirar um melhor partido das suas potencialidades como o facto deste realizar o “ponta-tacão” automaticamente. Assim que reduzimos, a rotação sobe o que faz com que consigamos reduções “à pro” sem grandes desequilíbrios e comportamentos mais “bruscos”.

A Honda coloca à disposição três modos de condução, Confort, Sport e +R. O fim-de-semana extremamente chuvoso deste ensaio impediu uma maior utilização dos últimos dois modos, mas pode-se dizer que, o modo Confort é bastante disponível, permitindo realizar ultrapassagens com facilidade, sem um acelerador demasiado sensível, uma direção demasiado firme ou um consumo exagerado de combustível. O modo Sport melhora ligeiramente a resposta ao acelerador, sem ter um comportamento demasiado desportivo para a via pública, este é aliás o modo que está “predefinido” quando ligamos o Type-R. O modo +R é o mais divertido e mais extremo, é nele que se consegue extrair tudo o que o Honda Civic Type-R tem para dar: aceleração brutal, direção mais firme que transmite um melhor “feedback” da estrada e ajudas eletrónicas menos interventivas.

A Honda esmerou-se na conceção e desenvolvimento do novo Honda Civic Type-R e o resultado é brilhante: temos o melhor desportivo de tracção dianteira da actualidade que tanto anda devagar, como consegue bater recordes no Nurburgring.

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