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INFARMERD

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Assim de um modo geral devo dizer que, ainda que sejamos um país de brandos costumes (não somos nada… fomos!), as condições sócio económicas propiciam os arranjinhos, as alcavalas e a corrupção, porque não dizê-lo sem eufemismos!

Como se tem presenciado, isto é todos os dias e transversal a todos os sectores, a altos cargos e instituições e quase todos os povos se não for população desfavorecida. Estes do pouco que tenham, não podem tratar desses arranjinhos nem têm por onde lhes pegar – pelo contrário – são prejudicados porque não têm caminhos ínvios, mas sobretudo, porque não tendo as condições mínimas, não têm possibilidades de consumir o essencial, e as respectivas entidades não tomam isso como um carência, antes como um encargo que não têm, logo conta para nada.
Pronto! Isto fica dito.

Agora cabe-me dizer que pretenderia perorar há muito acerca do caso – que casão! – não – que condomínio, INFARMED. Se desde a primeira hora se me apresentou como um fogacho, como dias agora Rui Rio, entendi que era mesmo um disparate que ia ter exactamente este desfecho. Mas calei-me. Calei-me para não fazer ondas. E como o mar está revolto, eu continuaria sem perorar o assunto, até que nas últimas horas pensei que seria difícil deixar fugir este casão. Exactamente por questões de saúde, não o fiz e tanto desejava – já – fazê-lo, para não deixar de ser original, mas não pude mesmo. Venho agora assim, sem a tal originalidade, mas com o pedido que me concedam o perdão por não o ter feito e sobretudo rogo que me concedam o benefício da dúvida de que a minha opinião não é forçada por esta agitação marítima! Ou se calhar de rio. Sim. De Rio que acordou agora para a sua governação do PSD e fá-lo com voz grossa a parecer convicto, para que no seu Partido entendam que está mesmo empenhado no seu múnus de liderar o Partido.

Assim, devo dizer que do modo como nasceu a ideia governamental de transferir o INFARMED para o Porto, como prémio de consolação por a Agência Europeia do Medicamento não vir para a Invicta, se viu que não era processo aceitável. Como vinham centenas de trabalhadores para o Porto!? Onde meteriam aqueles trabalhadores? Porquê naquela altura e com tanta pressa e sem as devidas reflexões?! Honestamente: pensei logo que Costa e Adalberto estariam a cometer uma enorme ingerência… mas ‘tá bem…

O processo continuou como a quem realmente interessava teve oportunidade de aquilatar a dimensão do disparate, a culminar com o senhor doutor Adalberto vir dizer que as condições políticas não eram as mesmas e tal… e que agora – o que sempre fora previsível – tinha mesmo que ficar em águas de bacalhau.

O doutor Costa até é um homem inteligente e movimenta-se bem em determinados caminhos – muita gente antagonista, que não radical, reconhece-o, mas o Primeiro fez ali um erro inqualificável. E se é certo que estas coisas desgastam o Governo, também é verdade que a Oposição mesmo que à nora, aproveitará estes deslizes a esmo para mais ou menos dignamente, mais ou menos correctamente – porque se submetem a políticas ínvias, vão mesmo fazer queimar alguma instabilidade governamental com interferência nas imediatas eleições.

É claro que aqui nem a senhora dona Cristas tem muita artilharia para usar. As bombas que lançar têm o feito bumerangue – mas ágil e astuta como é, vai tentar fazê-lo à saciedade, – não digo à beça nem a esmo, porque a saciedade é termo mais objectivo -, apenas pelo deslumbramento (que já tenho falado) de que habitualmente de se locupleta e daí não aproveita muito.

(Não pratico deliberadamente o chamado Acordo Ortográfico).

Esta publicação é da responsabilidade exclusiva do seu autor.

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