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Kikas sem ondas boas mas garante que não desiste

O português Frederico Morais destacou as condições difíceis, com ondas muito grandes e poderosas, que enfrentou na repescagem da prova da Liga Mundial de Surf (WSL) em Peniche, mas garantiu que vai tentar regressar ao circuito principal.

“O mar está supercomplicado. Nestes primeiros dois ‘heats’ [baterias] tivemos ‘scores’ [pontuações] baixíssimos. Mas, pronto, é o que é, são as ondas que temos. Nós dependemos do mar, é o nosso desporto”, lançou aos jornalistas o melhor surfista português de sempre.

‘Kikas’ marcou 5,46 pontos nas duas melhores ondas (3,13 e 2,33), em 20 possíveis, ficando no terceiro posto da segunda bateria, despedindo-se da competição na Praia de Supertubos, com o japonês Kanoa Igarashi a vencer, com 11 pontos (6,67 e 4,33), e com o norte-americano Kelly Slater, 11 vezes campeão mundial, a ficar em segundo, com 6,20 pontos (4,17 e 2,03).

“Perder a precisar de um três é frustrante, mas, nestas condições, não há muito a fazer. Ou a onda vem ou não dá para fazer magia. Foi bom estar aqui em Peniche, ver os portugueses, ouvir o pessoal a torcer, é sempre um orgulho, é sempre um prazer sentir essa força de perto, esse carinho, e agora é continuar a trabalhar”, sublinhou o atleta, de 31 anos.

Questionado se estava frustrado por ficar pelo caminho no MEO Rip Curl Pro Portugal, Frederico Morais admitiu o sabor amargo da derrota de hoje, mas preferiu centrar as atenções no apoio que sentiu do público.

“A frustração é minha, ninguém tem de levar com ela, eu é que tenho de lidar com ela e eu sei lidar com ela. A única coisa que eu tenho a fazer é agradecer a todos os que vieram à praia torcer. Foi um azar, eu tive ali um tubo que se saísse tenho a certeza que passava o ‘heat’. Acontece, é seguir em frente e trabalhar”, destacou.

Sobre as incidências da bateria contra Kelly Slater e Kanoa Igarashi, na qual esteve em vantagem sobre o melhor surfista de todos os tempos até bem perto do final, o atleta luso apontou para um detalhe que acabou por ser decisivo para o desfecho da bateria.

“Houve dificuldade do jetski [que o transportava para o sítio onde se apanham as ondas] passar a rebentação e quando cheguei lá fora deram a prioridade ao Kelly Slater. Se fosse na remada teria sido a minha prioridade, mas o jetski dele foi mais rápido, por isso, deram-lhe a ele, o que não é o correto. Isso fez com que ele ficasse com prioridade para apanhar aqueles dois pontos, que na verdade teriam sido os meus dois pontos, porque eu poderia tê-lo bloqueado. Depois, a seguir vem um ‘set’ que deixa o mar todo branco, todo mexido, e eu fico sem oportunidade. Para o ano havemos de cá estar outra vez”, vincou.

Apesar da derrota, ‘Kikas’, que competiu em Peniche como convidado, depois de ter sido despromovido na última época do circuito principal, garantiu que está focado nas provas das ‘Challenger Series’, o circuito de acesso à elite mundial.

“Quero voltar [ao circuito principal]. Quero estar aqui mais do que nunca, sinto que pertenço aqui, já estive no ‘tour’ cinco anos, já fui top 10, já fiz finais no ‘tour’, por isso, é continuar a trabalhar que os resultados vão aparecer”, realçou.

Frederico Morais aproveitou para elogiar o desempenho das compatriotas Teresa Bonvalot e Yolanda Hopkins, as representantes portuguesas na prova feminina de Supertubos.

“São as nossas guerreiras. É um orgulho enorme tê-las aqui. Ontem brilharam. Hoje não vão surfar, mas nos próximos dias vou estar aqui a ver de perto”, assegurou.

Sobre quem é o seu favorito para vencer a competição em Peniche, ‘Kikas’ abriu o jogo: “Por quem é que eu estou a torcer? O Gabriel [Medina], claro, que é um amigo chegado. O Ryan [Callinan] é um dos meus padrinhos de casamento, por isso, diria que eles os dois. O Kanoa [Igarashi], o Leo [Fioravanti]. Tenho bons amigos no ‘tour’, pessoas que eu gostava de ver a darem-se bem aqui e que também precisam de pontos cruciais para fazer o ‘cut’ [corte do meio da temporada]”.

O MEO Rip Curl Pro Portugal, terceira etapa do circuito principal da WSL, arrancou no sábado, depois de três dias de espera pelas melhores condições, e decorre até 16 de março.

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