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Maló de Abreu muda-se para o Chega para ser candidato fora da Europa

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O ex-deputado do PSD António Maló de Abreu foi confirmado pelo presidente do Chega, André Ventura, como um dos cabeças de lista do partido para as eleições legislativas, uma semana após o social-democrata ter excluído esse cenário.

Maló de Abreu, que anunciou no passado dia 10 a sua saída do PSD e da bancada social-democrata e já passou à condição de não inscrito, será cabeça de lista do Chega pelo círculo fora da Europa.

“Gostava de confirmar que enderecei o convite formal a António Maló de Abreu para encabeçar a lista do Chega pelo círculo fora da Europa. Depois de conversarmos, [Maló de Abreu] aceitou integrar a lista do Chega”, disse André Ventura, acrescentando que o ex-social-democrata se candidatará como independente pelo Chega.

A confirmação pelo presidente do Chega ocorre pouco mais de uma semana depois de Maló de Abreu ter dito que não tinha recebido nenhum convite. Questionado então pelos jornalistas se responderia não, o ex-social-democrata foi taxativo: “Como é óbvio, claro”.

André Ventura revelou ainda que Manuel Magno, que ocupou o segundo lugar da lista do PSD no círculo fora da Europa atrás de Maló de Abreu, vai igualmente integrar a candidatura do Chega pelo mesmo círculo eleitoral, e sublinhou ser “um orgulho receber aqueles que vêm por bem” para o seu partido.

O presidente do Chega confirmou também que vai ele próprio liderar a lista pelo círculo de Lisboa, que o deputado Rui Afonso será o primeiro nome no Porto e que Filipe Melo liderará a lista do partido por Braga, com José Dias Fernandes a encabeçar a lista pelo círculo europeu.

André Ventura referiu que haverá mais nomes provenientes de outros partidos nas listas do Chega, quer como cabeças de lista, quer em lugares potencialmente não elegíveis. 

“A maior parte não me bateu à porta a pedir lugares. Havia duas atitudes e falei disto com a direção nacional do partido: uma era fechar as portas; outra era dizer que queríamos pessoas independentes da sociedade civil, mas também de outros partidos. Não foi o que aconteceu comigo? Praticamente todos que estão comigo na direção estiveram noutros partidos”, notou.

Questionado se essa abertura a elementos dos outros partidos pode ser vista pelo eleitorado como um sinal de oportunismo, André Ventura lembrou que vários já tinham declarado previamente que não queriam integrar as listas dos respetivos partidos por não se reverem nas suas estratégias políticas.

“Os eleitores avaliarão as escolhas. O Chega quer vencer as eleições. E para vencer tenho de contar com o grupo central do Chega, mas também com outros: sociedade civil, independentes e os que nos queiram ajudar a construir essa alternativa. Não teremos maioria se não contarmos com todos”, disse.

Para o líder do partido de extrema-direita, existe no PSD uma “atitude persecutória a antigos dirigentes ou a Passos Coelho ou a aqueles que andaram com ele”, considerando isso negativo para a direita e alertando para as possibilidades de uma nova vitória do PS nas legislativas.

“Precisamos de todos para ganhar e quem acha que isto está ganho vai ter um banho de realidade no dia 10 de março. Quem achar que o PS está vencido e que é fácil de vencer, lembre-se das eleições de 2022. Já havia empates técnicos e o PS vence com maioria absoluta… se isto não é um banho de realidade que a direita deva aprender, então é porque estão cá há pouco tempo. A experiência permite-me dizer: nunca dar o PS por vencido. Os que dão o PS por vencido antecipadamente acabam por ir para casa mais cedo”, concluiu.

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