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Morreu Teresa Machado, referência no lançamento em Portugal

Morreu nesta sexta-feira, aos 50 anos e vítima de doença oncológica, a maior referência dos lançamentos no feminino do atletismo português. Teresa Machado conquistou, durante a carreira, todos os títulos possíveis a nível nacional, bateu inúmeros recordes e teve quatro participações olímpicas, tendo representado cinco clubes ao longo da sua trajetória desportiva.

Na lista das melhores marcas do atletismo nacional, ainda em vigor, o nome de Teresa Machado continua bem presente, mais de uma década depois de ter arrumado os pesos e os discos. A 3 de Maio de 1998, a então atleta do Sporting lançou o disco a 65,40 metros, em S. Jacinto, uma marca que até hoje permanece intocável.

Esse foi apenas um dos muitos arremessos brilhantes da lançadora de Ílhavo, que em pista coberta continua a ser detentora da melhor marca no disco e no peso. Numa caminhada que durou 24 anos, Teresa Machado registou um recorde de Portugal no peso ao ar livre (17,18m, em 1996) e outro em pista coberta (17,26, em 1998), para além de ter colecionado melhores marcas nos escalões de juniores e sub-23.

A regularidade dos seus desempenhos valeu-lhe nada menos do que 34 títulos nacionais ao ar livre (16 no peso, 18 no disco) e 19 indoor, todos no lançamento do peso, entre 1987 e 2005. Um percurso invejável, feito sempre na companhia de Júlio Cirino, o treinador que a descobriu e que a conduziu ao topo a partir de Aveiro.

Para além do Galitos, representou o Sporting por duas vezes (de 1987 a 1993 e de 1995 a 2003), a Junta de Freguesia de S. Jacinto, o Operário dos Açores e o FC Porto (2008), ao serviço do qual encerrou a carreira, tendo-se iniciado nas provas internacionais no início da década de 1990.

E se é verdade que, numa disciplina com pouca tradição em Portugal, não chegou a conseguir uma medalha nos grandes palcos, registou duas participações de excelente nível nos Jogos Olímpicos, tendo participado em quatro no total. Em Atlanta, em 1996, terminaria na 10.ª posição na final do disco, repetindo a presença no lote das finalistas quatro anos mais tarde, em Sidney: nessa altura, foi 11.ª. Pelo meio, na Grécia, obteve um sexto lugar no Mundial, o melhor desempenho de sempre entre os lançadores portugueses.

Há cerca de dois meses, a ex-atleta, que foi porta-estandarte da bandeira nacional no Campeonato do Mundo de Atenas, viu ser batizado com o seu nome o pavilhão da Escola Secundária da Gafanha da Nazaré, localidade onde nasceu.

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