Inspiração e sucesso são coisas que não são necessárias desejar a Nanda Casanova, porque ela tem-nas à beça, sempre latentes.
Nanda Casanova é o nome literário de Fernanda Gonçalves Casanova, uma jovem poetisa, de Viana do Castelo, que sempre escreveu poesia – em rimas, essencialmente, mas que se deu a conhecer nas redes sociais. Daí em diante chegou rapidamente à publicação dos livros “Sou Minhota de Coração” e “Leva Contigo a Minha Poesia”.
Apontadas estão também as publicações de “Minha Razão de Ser” e “Retalhos de Vida”, ainda este ano, em simultâneo.
Diz não ter preferência por algum autor em específico e afirma que “escreve com o coração, instantaneamente”. Humildemente diz que não tem muita instrução, mas o seu vocabulário é rico e diversificado. E se tivermos em conta que as rimas condicionam muito mais o espraiar das ideias, o que a poetisa diz não faz fé nenhuma.
Mulher muito activa, certamente pela sua enorme e notória popularidade, lamento o serôdio conhecimento da obra da poetisa porque tenho razoável interesse e alguma dedicação àqueles poetas e escritores que Eduardo Prado Coelho designava desdenhosamente por poetas ou escritores provincianos. Os que são conhecidos por populares.
Conheço vários poetas e / ou escritores que nada devem a muitos homólogos urbanos – na linha do pensamento de Prado Coelho. É uma pena, uma tão grande pena que não tenham quem os estimulem e lhes possibilitem publicar, porque vários deles são realmente muito melhores que alguns designados escritores de best-sellers que, a ser verdade, só o podem ter alcançado porque se movimentam nas alcovas das metrópoles, como de resto já tenho dito.
Mas quando eu digo popular, não me refiro à poetisa Nanda Casanova, porquanto muita da sua poesia não é popular! Bem pelo contrário. Pela pouca que ainda li fico muito, muito convencido que maioritariamente é muito erudita.
Nesse sentido está relativamente próxima de António Aleixo. E como sabemos, Aleixo também não é um poeta popular! Aleixo é estudado no ensino secundário, o que concordo plenamente. (…)
Penso até que devia ser citado por juízes desembargadores.
A maioria da obra de Aleixo é completamente filosofia! Neste tópico filosófico, um trabalho que parece simples, não o é. É realmente profundo. É de facto isto que eu vejo no trabalho de Nanda Casanova.
Não posso deixar por referir que não aprecio o nome “Nanda”, porque apouca a estrutura da poetisa; mas tenho fundamento para isso.
Lá está: Desejar continuação de sucesso e inspiração é absolutamente desnecessário.
Isso é garantido. Necessário é trazer mais trabalho à estampa para que possamos beber de tão bela safra. Eu não duvido o mais pequeno pedacinho que continuará a ter todo o sucesso.
(Não pratico deliberadamente o chamado Acordo Ortográfico)