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Obrigado, comunidades no estrangeiro!

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A 10 de junho celebra-se o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas. Esta data serve para celebrar, citando (e muito bem) o sr. Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Luís Carneiro, “a herança histórica, cultural e linguística que, ao longo dos séculos, se enraizou em todos os continentes e continua hoje como força viva e inspiradora dos valores da liberdade, da paz e da justiça social”.

Esta celebração, na minha óptica, não tem propriamente a ver com a necessidade de patriotismo, mas sim com a necessidade de se relembrar, festejar e acarinhar a imensa solidariedade entre pessoas que, mesmo com as suas naturais e diferentes perspetivas de vida, se unem – fora e dentro do país – para formar uma unidade de cooperação.

Não irei falar sobre a importância desta celebração a nível formal/ macro: primeiro, porque já muita gente o faz e com muita qualidade; segundo, porque não teria competência para o fazer. No entanto, posso pedir “emprestada a voz” aos emigrantes portugueses e respetivas famílias com quem tive/tenho contacto e que são uma fonte inesgotável de inspiração, partilha e crescimento para escrever sobre o nível micro, o lado a lado com as pessoas.

Desde que comecei o projeto Famílias pelo Mundo (www.familiasmundo, facebook.com/familiasmundo), que estuda o impacto da emigração nos emigrantes e respetivas famílias, tenho sido um enorme privilegiado: conheço trajetórias de vida de pessoas que, contra todos os contextos mais desafiantes, lutaram e saíram vencedoras numa vida longe do que conheciam ou tinham como mais certo.

Falamos de pessoas que foram para um país diferente, com língua, costumes e hábitos diferentes. Para ilustrar: muda desde o modo como as pessoas se cumprimentam, o tempo, a gastronomia, ou mesmo como as pessoas vivem coletiva ou individualmente o dia-a-dia. E este é um grande desafio: ter a capacidade de adaptação suficiente para aceitar a diferença e integrá-la na sua vida, mantendo-se presente quem se é.

Um desafio possível graças, em muito, às comunidades. As comunidades, que têm várias formas, desde as comunidades de emigrantes portugueses, até as comunidades mais heterogéneas e que incluem pessoas de várias nacionalidades, são o cerne para experiências com sentimento de pertença, acompanhamento e uma espécie de “nova forma familiar” que permite apaziguar a saudade das pessoas e sítios que ficam em Portugal.

Por isso, decidi escrever não só para desejar um Feliz Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, mas para agradecer às comunidades os valores de partilha, solidariedade e amor com que pautam a sua ação.

Mais do que os valores e identidade de um país, representam os valores da humanidade. Bem-haja a todos/as!

Carlos Barros,

Responsável pelo Projeto Famílias pelo Mundo e familiar/amigo de emigrantes

Esta publicação é da responsabilidade exclusiva do seu autor.

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