O Papa iniciou a viagem mais longa do seu pontificado, partindo de Roma em direção à Jacarta, na Indonésia, numa visita apostólica que passa ainda pela Papua-Nova Guiné, Timor-Leste e Singapura.
Francisco leva mensagens em favor do diálogo entre religiões, defesa do ambiente e promoção da justiça social, em países onde os católicos são minoria, com exceção de Timor, onde representam mais de 95% da população.
O voo até Jacarta tem 11 354 quilómetros e demora mais de 13 horas; a comitiva integra mais de 70 jornalistas e o sacerdote português Nuno Gonçalves, jesuíta, diretor da revista ‘La Civiltá Cattolica’, que publica as conversas do Papa com os membros da Companhia de Jesus, nos encontros privados que acontecem em todas as viagens internacionais.
Antes da partida do aeroporto internacional de Fiumicino, o Papa encontrou-se na Casa de Santa Marta, onde reside, com um grupo de pessoas em situação de sem-abrigo, 15 homens e mulheres acompanhados pelo cardeal Konrad Krajewski, esmoler pontifício.
Como é tradição, Francisco enviou uma mensagem ao presidente da República Italiana, Sergio Mattarella, assumindo o desejo de “encontrar irmãos e irmãs na fé” nos quatro países que vai visitar, “e todos aqueles que, naquelas nações ricas de valores humanos e espirituais, foram testemunhas de comunhão solidária e de diálogo mesmo em tempos e situações marcados pela provação”.
Francisco é o terceiro pontífice visitar a Indonésia, depois de São Paulo VI em 1970 e de São João Paulo II em 1989.
São João Paulo II visitou ainda a Papua-Nova Guiné por duas vezes – em 1984, com uma paragem em Port Moresby, e em 1995, com paragens na capital e em Mount Hagen – a Singapura, em 1986, e Díli, na viagem de 1989, antes da independência timorense.
A Indonésia, país de maioria muçulmana, tem cerca de 8,3 milhões de católicos, que representam 3% da população, segundo dados do Vaticano.
Durante a sua visita, Francisco vai encontrar-se com responsáveis religiosos na Mesquita Istiqlal em Jacarta, a maior do sudeste asiático, presidindo também a uma Missa no Estádio Gelora Bung Karno, em que se esperam cerca de 80 mil participantes.
Simbolicamente, a partir de 2019, a mesquita ficou ligada à Catedral da Assunção pelo “túnel da fraternidade”, que pretende ser um sinal de incentivo à fraternidade entre muçulmanos e católicos.
Francisco vai visitar este espaço, acompanhado pelo grande imã de Jacarta, com quem vai também assinar uma declaração conjunta.
A viagem tem passagens por Jacarta (Indonésia), de 3 a 6 de setembro; Port Moresby e Vanimo (Papua-Nova Guiné), de 6 a 9 de setembro; Díli (Timor-Leste), de 9 a 11 de setembro; e Singapura, de 11 a 13 de setembro.
O programa, que inclui 44 horas de voo, percorrendo mais de 32 mil quilómetros, prevê quatro Missas públicas, encontros com membros das comunidades católicas e representantes políticos, visitas a pessoas pobres e idosos, celebrações com jovens e crianças, um encontro inter-religioso e a visita à Mesquita Istiqlal.
Desde a sua eleição, em 2013, o atual pontífice fez 44 viagens internacionais, tendo visitado 61 países, incluindo Portugal (2017 e 2023).
Além das visitas à Terra Santa e Médio Oriente/Península Arábica, o Papa fez várias viagens à Ásia oriental: Coreia do Sul (2014), Sri Lanka e Filipinas (2015), Myanmar e Bangladesh (2017), Tailândia e Japão (2019) e Mongólia (2023).